Sintomas do Transtorno do Pânico e o Mito do deus Pã - psicologia, arte & cultura Melkberg - pânico - sensação - transtorno do pânico - deus pã - medo - sintomas - ataque de pânico - controle - ansiedade - mito

Sintomas do Transtorno do Pânico e o Mito do deus Pã

A vida é cheia de imprevistos, ora positivos ora negativos. Viver tentando manter sob controle todos acontecimentos e pessoas ao nosso redor, é uma tarefa quase impossível e um tanto psicopatológica. A realidade é que a maioria de nós não sabe lidar com essa imprevisibilidade. Pior ainda acontece com quem sofre de transtorno do pânico (TP). Perder o controle sobre seus atos é algo pensado e imaginado em detalhes de modo intenso e recorrente, e muitas vezes a cena que surgi na mente é trágica. Daí, de repente começam os sintomas:

  • Taquicardia
  • Sudorese
  • Tremores
  • Sensação de falta de ar ou sufocamento
  • Dor ou desconforto torácico
  • Náusea ou desconforto abdominal
  • Sensação de tontura, instabilidade, vertigem ou desmaio
  • Desrealização (sensação de irrealidade) ou despersonalização (estar distanciado de si mesmo)
  • Paraestesias (anestesia ou sensação de formigamento)
  • Calafrios ou ondas de calor
  • Medo de perder o controle ou enlouquecer
  • Medo de morrer

Sintomas do Transtorno do Pânico

Os sintomas chegam sem sinais premonitórios e dominam a vida da pessoa que sofre de transtorno do pânico, classificado primeiramente por Sigmund Freud como “neurose ansiosa”. O fato de não conseguir saber e se preparar antes do ataque de pânico gera mais ansiedade, seria uma sensação descrita como “o medo do medo”. A partir disso, a pessoa passa a evitar situações e locais onde outros ataques de pânico ocorreram. A insegurança e angústia ganham força, a vida muda, não é raro abandonar o trabalho e os eventos sociais.

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Mito do deus Pã, a Origem do Ataque de Pânico

A palavra “pânico” é proveniente do grego “Panikós” que é relativo ao deus Pã, o deus flautista, amante da música e também das matas, dos rebanhos e da natureza. Travesso, galanteador e altamente erotizado, apesar de possuir semelhança com a fisionomia humana, essa divindade tinha chifres, orelhas e patas de bode, sendo sempre rejeitado por sua feiura. Além da aparência assustadora (metade homem e metade animal), deus Pã assombrava as montanhas, cavernas e grutas, com seus ruídos e aparições inesperadas, por isso que surgiu a expressão Tárakhos Panikós – em tradução literal, “terror pânico”, ou seja, essa figura mitológica que vivia procurando por caça, ou diversão, dançando com ninfas, causava sustos, pavor violento e repetitivo nos pastores e camponeses que andavam pelas matas nas noites sombrias, temendo sua imagem e o som de sua flauta.

Como se houvesse um perigo real nos ameaçando, no transtorno do pânico, o cérebro por alguma razão desconhecida desencadeia então um “alarme falso”, uma explosão de reações químicas para preparar o nosso corpo para lutar, por isso os sintomas são intensos. O pavor vivenciado durante o ataque de pânico é inesquecível. Mas, é importante que os portadores do pânico lembrem-se que o ataque tem duração limitada de no máximo 30 a 40 minutos, atingindo o ápice em 10 minutos, depois os sintomas vão diminuindo e passam. Ninguém enlouquece, por causa do transtorno do pânico. A loucura apenas existe no mito grego do deus Pã, em que todos que ouvissem o som de sua flauta deliravam e alucinavam.

Explicação: Ansiedade e Medo

Devido ao alto nível de ansiedade e medo incontrolável durante o ataque de pânico, a respiração fica curta e acelerada, reduzindo os níveis de oxigênio e gás carbônico e, consequentemente comprometendo o funcionamento do cérebro, por isso acontece a sensação de despersonalização (deixar de se sentir a própria pessoa) e irrealidade (estranheza em relação aos fatos e pessoas ao seu redor), interpretada precipitadamente como loucura.

Diferente do que muitos imaginam, a vida no campo longe da cidade não impede o surgimento desse tipo de transtorno de ansiedade. O pânico ocorre com igual frequência tanto nos grandes centros urbanos quanto nas regiões agrícolas. A verdade por trás desse outro mito nos faz pensar que o estresse afetivo talvez seja a maior causa seguida da propensão genética

Se você está sofrendo com esse ciclo vicioso de sensações e comportamentos desagradáveis e limitantes, tente se recordar dos meses anteriores ao primeiro ataque de pânico. Houve alguma situação que despertou muito estresse? Houve alguma perda ou evento traumático? O sujeito com transtorno do pânico não está diante de uma ameaça real, entretanto seu sofrimento existe, sendo expressivo e debilitante. Procure tratamento psicológico para superar o transtorno do pânico, reorganizar a sua vida e voltar ao seu cotidiano normal. 

ARTE: (1) The Great God Pan, de Norman Mills Price (1877-1951) – (2) Pan and Syrinx (1723), de Noël Nicolas Coypel.

Se você gostou de conhecer um pouco sobre o mito do deus Pã e a origem do pânico, comente aqui embaixo e compartilhe esse conteúdo ;)

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2 comentários em “Sintomas do Transtorno do Pânico e o Mito do deus Pã”

    1. No início da pandemia houve o aumento das crises de ansiedade, ataque de pânico e depressão mediante à sensação de incerteza, ansiedade e medo gerados pelas consequências do coronavírus, entretanto nem todos desenvolveram o transtorno do pânico, mesmo em tempos difíceis e de vulnerabilidade. E cerca de 30% dos brasileiros buscaram ajuda psicológica. Fazendo uma associação com o mito do deus Pã, a notícia da possibilidade de morte relacionada à covid-19, se tornou um pesadelo, uma experiência de medo e pânico que nos fez sentir mais solitários, frágeis e nos obrigou a retornar às grutas e cavernas da alma.

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