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Foster: Adotados pelo Sistema

Produzido por Deborah Oppenheimer e sob a direção de Mark Jonathan Harris, este documentário da HBO mostra crianças em situações familiares difíceis, relatos de pessoas e assistentes sociais que interagem com o sistema de Acolhimento Familiar temporário e desejam oferecer uma melhor perspectiva para adoção, eliminando alguns mitos recorrentes sobre o assunto, sem embutir estereótipos e manchetes sensacionalistas.

Mark Jonathan Harris e Deborah Oppenheimer ganharam o Oscar de melhor documentário em 2001 com “Nos Braços de Estranhos” (Into the Arms of Strangers: Stories of the Kindertransport). O trabalho de investigação histórica aborda a operação kindertransport que salvou dez mil crianças judias do horror nazista ao serem enviadas para a Inglaterra e adotadas por famílias britânicas.

Foster: Adotados pelo Sistema não trata do mundo da adoção nem das instituições de retenção, mas do sistema de casas que cuidam, durante um tempo, de crianças separadas de suas famílias biológicas. Geralmente, essas crianças são separadas por negligência (pais que usam drogas, por exemplo), situação de abandono (crianças sozinhas em casa ou cuidadas por pessoas inadequadas) e/ou maltrato físico e psicológico, dentre outros motivos.

O documentário explora profundamente o que está acontecendo dentro do sistema Foster Care nos EUA, em relação aos responsáveis pelo serviço social, as crianças e as famílias biológicas e adotivas. Afinal, foram dez anos para produzir todo material que teremos acesso.

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Sistema de adoção Foster Care

O sistema de adoção chamado Foster Care foi criado originalmente em 1920, na Austrália. O objetivo é dar um lar temporário à criança ou adolescente que foi retirado do instituto familiar ou está no processo de adoção. Muitas vezes, durante a regularização do caso, eles acabam sendo adotados pela família acolhedora. O objetivo é substituir os antigos orfanatos, que geralmente intensificam o sofrimento já existente em tenra idade.

As crianças adotivas carregam muitas memórias traumáticas, violência psicológica e física, portanto nem sempre será fácil o período de adaptação em uma nova família, necessitando de acompanhamento psicológico por toda vida. É comum elas transitarem por vários lares temporários até encontrarem a família que realmente permanecerão. Mediante a situação de vulnerabilidade, se torna imprescindível que a família acolhedora seja capaz de oferecer o apoio necessário para o desenvolvimento dessas crianças/adolescentes.

A maioria das crianças possuem baixa autoestima, não se sentem merecedoras de amor, acreditam que existe algo de errado nelas, que nunca serão felizes, e até mesmo podem acreditar que estão possuídas por um espírito maligno, um demônio (como o relato de uma menina que escutava isso do próprio pai biológico antes de ser adotada). Justificativas criadas para buscar entender o motivo da má condição, com o sentimento de culpa acompanhado.

Elas tentam fazer o possível para provarem a si mesmas que os pais adotivos a amam, entretanto as provas de amor exigidas são perturbadoras, por isso acabam deixando os lares temporários. Uma das mães adotivas afirma que não adianta simplesmente você dizer o quanto as amam, você deve provar isso de várias maneiras constantemente. Não é um processo fácil de lidar, embora tenham pouca idade, as crianças possuem ressentimentos e agressividade ocasionados pelos traumas do passado.

São crianças e adolescentes que se sentem sós nesse mundo, apresentam dificuldades em confiar nos outros, por razões óbvias. Se nós adultos, temos que enfrentar nossas próprias barreiras que muitas vezes criamos sozinhos em nossa mente… Imagine essas crianças que crescem escutando dos próprios pais que são burras (e outros insultos). Nem sempre conseguem superar o ódio depositado e, anos mais tarde ao se sentirem desamparados podem recorrer às drogas como uma forma de fugir dos conflitos, da sensação de desesperança e de uma realidade assustadora e solitária.

É interessante observar a segurança gerada pelo sentimento de amor e afeto da família adotiva e seu esforço de cada dia em se dedicar, para que criança desprovida antes de gestos de carinho e de acolhimento, cresça de modo saudável e seja um adulto que se sinta amado e pertencido a um núcleo familiar, que traga consigo novas e agradáveis memórias e, no futuro consiga fazer o mesmo com seu filho.

Eu nunca pensei que fosse possível ser amada.
Denyshia

Vale ressaltar que aqui no Brasil, o Acolhimento Familiar é bem mais recente. Espero que nos igualemos ao sistema dos países mais desenvolvidos, onde salva a vida de milhares de crianças e adolescentes todos os anos.

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