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Livro: Psicologia no Cotidiano – em busca de uma vida melhor

Sinopse: Atividades diversas e intensas do café da manhã até voltar para cama à noite. É assim o seu dia? Você já parou para refletir sobre o seu cotidiano? Qual seu propósito, o que espera da vida? Ou você alega não ter tempo para “essas bobagens”? Pois neste livro a psicóloga Nina Taboada propõe uma pausa para que pensemos como lidamos com nossas emoções, com nossos medos e, sem dúvida, com os acontecimentos do nosso dia a dia – incluindo as crises, que tanto podem nos ensinar.

Como? É importante incluir hábitos de cultivo da mente, de inteligência emocional e de propósito. Mas como chegar lá? Com exercício de autoconhecimento constante, que permite aprimoramento e aceitação de si.


Preciso começar esta resenha dizendo que, “Psicologia no Cotidiano – em busca de uma vida melhor” não é um livro necessário para todas pessoas. O público-alvo são os leigos em Psicologia. Se você já tem uma boa base de conhecimento, faz o exercício de refletir sobre a sociedade, sobre seus pensamentos, sentimentos e atitudes, talvez esta não seja uma leitura tão enriquecedora no seu caso.

O modo como Nina Taboada conversa com o leitor é prazeroso de ler, as afirmações dela são incentivadoras, mas não há muito desenvolvimento, o conteúdo é mais introdutório. Não acredito que as ideias expostas possam ser transformadoras para pessoas que estão vivenciando uma crise profunda, sofrendo com transtornos de ansiedade e depressão. O cotidiano comum produz males, sim, no entanto a grande parcela da população brasileira, infelizmente, precisa enfrentar às vezes grandes obstáculos para se (re)organizar, levar uma vida com propósitos e seguir antigos sonhos de criança, como é proposto pela autora. Aliás, esse é um dos motivos que dificultam o acesso das pessoas às Psicoterapias.

Nem só de prazeres sensoriais é feita a vida. Existe um mundo de atividades possíveis que podem lhe trazer um senso de gratificação e proporcionar realização pessoal.

Agora, quem está vivendo sob estresse, apresenta irritabilidade, se sente entediado, dorme e se alimenta mal, encontrará uma leitura proveitosa, pois a autora reúne tudo aquilo que no fundo já sabemos (e não fazemos) e mostra por meio da Psicologia (principalmente Cognitiva e Humanista) o porquê que devemos seguir comportamentos saudáveis a longo prazo. Essa é a maior característica do livro e a mais interessante.

Não entendi a proposta da diagramação. Achei até que estava com defeito à primeira vista. No início você estranha, mas se acostuma rápido com o texto assim. Gostaria muito de saber qual foi a intenção do projeto gráfico, fiquei curiosa, mas não vi nenhuma explicação no livro.

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Ao final da leitura, cheguei à triste conclusão que viver uma vida loucamente sã como Nina Taboada propõe, é um privilégio para poucos. Pensar em desistir de tudo que é sólido na vida para descobrir quem você realmente é, seguir sonhos que estão longe dos mais habituais (como estabilidade financeira, construir um lar e uma família) é para poucos, novamente. Lembrando que o livro foi lançado durante a pandemia. O povo mal sabe ainda como serão os próximos dias, o país vive o desemprego, a depressão é epidêmica, existe de fato uma dificuldade grande em conseguir fazer o mínimo regularmente para se sentir pleno e saudável. Isso é algo que inclusive podemos pensar e debater mais em qualquer espaço propício à ideias.

Sua sanidade não tem nada a ver com não sofrer ou não ter problemas. Nem com não ser mais rejeitado. Tem a ver com você ter a coragem de ser quem é em um mundo que parece tentar fazer de tudo para você ser qualquer pessoa, menos você mesmo.

Acredito que esta leitura incentiva a reflexão, sim, auxiliando a pensar mais sobre suas verdadeiras intenções, emoções, comportamentos e relacionamentos. Queria indicar o livro a qualquer público, entretanto imagino que algumas pessoas poderão se frustrar por talvez não conseguirem aplicar todas as sugestões (apesar de serem ótimas) da autora à realidade crua e nua do Brasil. “Psicologia no cotidiano – em busca de uma vida melhor” não é um livro cansativo ou denso, ao contrário, a leitura é muito agradável e fluida, tudo é bem explicado de modo claro e dinâmico. Se você é leigo e quer descobrir os benefícios do autoconhecimento, então o conteúdo do livro será válido para a sua saúde mental e crescimento pessoal. Espero que a leitura proporcione novos saberes e boa orientação que possibilitem um cotidiano melhor :)

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Possui algum livro da coleção cotidiano da editora Contexto?

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Um comentário em “Livro: Psicologia no Cotidiano – em busca de uma vida melhor”

  1. “Pensar em desistir de tudo que é sólido na vida para descobrir quem você realmente é, seguir sonhos que estão longe dos mais habituais (como estabilidade financeira, construir um lar e uma família) é para poucos, novamente.”
    Isso é verdade, tenho amigos que tiveram que abandonar seus sonhos pra conseguirem se manter financeiramente, isso é algo que acontece com a maioria do ser humano, trabalhar com aquilo que gostamos não é tão fácil assim.
    Tenho um amigo que até hoje está tentando trabalhar como escritor de terror, tentou reunir outros escritores independentes e fazer uma coletânea, vender o livro, mas nem sempre o que gostamos de fazer nos traz dinheiro.

    Cintia, queria te fazer uma pergunta. Fiz essa pergunta pra minha prima que também é psicóloga e no decorrer da pergunta eu coloco a resposta dela. Se puder dar sua opinião.
    Os pensamentos, as emoções e o comportamento humano podem ser explicados apenas com o conhecimento da neurociência? Tudo se resume a uma questão química, biológica?
    No livro que li chamado “As novas leis da psicologia”, o primeiro capítulo traz esse questionamento entre a neurociência e a psicologia. O autor do livro mantém a ideia que somos um pouco de tudo, e não podemos nos resumir tudo a biologia. Ele cita no livro alguns neurocientistas que chegaram até a dizer que o avanço da neurociência irá acabar com a psicologia.
    Por exemplo o psiquiatra Samuel Guze no estudo chamado Biological Psychiatry: Is There Any Other Kind?
    Vou colocar um trecho do livro, “Guze argumentava que, como os comportamentos, as emoções e os pensamentos que constituem o objeto da psiquiatria têm sua origem no cérebro, deveríamos recorrer à neurociência e a manipulações biológicas do cérebro para resolver esses problemas”.

    Minha prima respondeu: “Então, temos a psicanálise que explica pelo viés do inconsciente. Que não é possível ser demostrado pela neurociência. O que é o inconsciente? Não sabemos responder de uma forma concreta. Mas sabemos que o inconsciente existe. Não acredito que seja tudo uma questão biológica não. Somos mais do que isso. Somos seres bio-psico-sociais e espirituais. E isso não se resume só a biologia.”
    Em seguida fiz uma outra pergunta pra ela: “Você acha que esse inconsciente da psicanálise entra num campo muito mais “espiritual” do que detectável cientificamente? Ou seja, pra dizer que temos um inconsciente, temos que aceitar que existe algo em nós além do aspecto físico da neurociência.”
    Ela respondeu: “Se você considerar espiritual tudo o que não for passível de ser respondido pela ciência.. sim. Agora no sentido religioso, não… apesar de também estar englobado… entende? Por exemplo: as relações familiares, conflitos, desentendimentos ou até mesmo paixões em relacionamento acontece numa dinâmica psíquica que não dá para ser respondido de forma biológica… É emoção pura… fantasias, expectativas. A gente vai criando a nossa visão de mundo, a partir das nossas crenças… a nossa percepção de mundo… então, isso é uma realidade virtual e não concreta como a gente acredita que seja.”

    Então Cintia, tem um estudo muito interessante (fiz até uma matéria sobre ela no meu blog), que é sobre a origem da moral, será que se “alterarmos” a região do cérebro destinada a interpretação do ambiente e que ajuda a fazer julgamentos morais (chamada Junção-Temporoparietal), a pessoa perderá a noção de moralidade? Isso ajuda um pouco a entender a neurociência nos fazendo se perguntar, será que tudo é uma questão biológica? Como no caso dos genes.
    Essa alteração foi feita através de um campo magnético chamado “estimulação magnética transcraniana”. E foram colocadas para as pessoas cenas do cotidiano para elas interpretarem se aquilo era moral ou imoral. O estudo mostrou que apesar da interferência magnética, o que foi modificado é o discernimento da intenção, mas não a escolha do bom e do ruim, foi perdido a capacidade de interpretar a ação, mas não de julgar o errado e o certo.
    Isso mostra que existe algo a mais em nós além da biologia, que mesmo a parte biológica sendo alterada, alguma essência ainda permanece, que nos faz ser o que somos. Então a neurociência precisa andar lado a lado com a psicologia para entendermos melhor o ser humano, por isso a questão ambiental na formação de caráter da pessoa é muito mais importante que apenas a questão do genes.

    O que pensa sobre essa questão? Até que ponto pra você a neurociência explica os comportamentos e emoções humanas, os genes realmente tem esse poder de formar o caráter da pessoa, ou o ambiente social é mais importante?
    “O cotidiano comum produz males, sim, no entanto a grande parcela da população brasileira, infelizmente, precisa enfrentar às vezes grandes obstáculos para se (re)organizar, levar uma vida com propósitos e seguir antigos sonhos de criança.”
    Obviamente o cotidiano tem impacto em nós, mas você acha que genes podem fazer uma pessoa ser violenta, assassina? Como por exemplo a teoria do “gene guerreiro”. Eu particularmente não acho que tudo em nós é biológico, e que o ambiente é muito mais importante.

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