Meu coração dispara, a respiração torna-se entrecortada, a face banha-se de suor, sinto tontura e de repente…
Sem pânico, a ansiedade é uma condição normal que existe desde o começo da humanidade. Necessária para sobrevivência, ela também pode ser chamada de “reação do medo” que é uma proteção automática que o nosso corpo possui para nos salvar de todos perigos, como um instinto, a ansiedade é uma das responsáveis pela perpetuação de nossa espécie.
Já perceberam que todos os medos mais comuns, são facilmente entendidos? Por exemplo, o medo de água, muitas pessoas não sabem nadar ou não se sentem bem dentro do mar, principalmente se perceberem a profundidade em que estão. Como nossos ancestrais poderiam se jogar no mar, se somos seres terrestres? Da mesma forma que o medo de altura, não podemos voar, isso é bem lógico de entender.
Porém, existem medos que se tornam fobias, sem nenhuma razão aparente e nem como surgiram em determinada pessoa e não em outra. Essa é a diferença entre uma simples reação do medo e um ataque de pânico. No entanto, a sensação fisiológica é a mesma: coração disparado, suor, contração involuntária dos músculos e respiração acelerada. A resposta que o cérebro dá de luta ou fuga acontece numa fração de segundo, não há tempo para pensar, em seu sangue já acontece uma descarga de adrenalina, o suficiente para te tirar do eixo.
O segredo está em saber dosar a sua ansiedade, pois aquele “frio na barriga” te protege no momento que você tem que dar o seu melhor, pode ser numa apresentação, num pulo na piscina, numa prova ou numa viagem. Você tem que estar alerta para tudo que necessita de cuidado e uma dose de energia, para que dê certo, e não perca seu voo, se frustre depois de uma apresentação, caia de mal jeito na piscina ou tire uma nota baixa em sua avaliação.
Quando reagimos de forma muito desproporcional diante de uma situação que existe risco, devemos estar atentos se esse medo está afetando a nossa vida profissional, pessoal ou social, fazendo com que deixemos de viver momentos únicos, de oportunidades para conhecer coisas novas, de se destacar e realizar conquistas. Se você sente que está perdendo isso, procure um especialista, pois os transtornos de ansiedade são muito mais comuns do que você imagina. Entre eles, estão:
Fobias – ameaça desencadeada por um estímulo específico que pode ser uma pessoa ou uma situação.
Fobia social ou timidez excessiva – eventos sociais e qualquer exposição em público causam constrangimento e medo intenso de ser julgado pelos outros.
Transtorno do pânico – a pessoa experimenta episódios súbitos de intenso desespero acompanhados pela sensação do medo em enlouquecer, perder o controle e ter um ataque cardíaco.
Transtorno de ansiedade generalizada (TAG) – estado permanente de ansiedade, inquietude sem qualquer estímulo específico.
Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) – a pessoa se sente perturbada por pensamentos de conteúdo ruim (obsessões) que levam a rituais repetitivos (compulsões), a fim de aliviar a tensão.
Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) – quando experiências que foram muito traumáticas, como um: assalto, acidente, sequestro ou uma perda deixam suas marcas na mente.
OS SINTOMAS FÍSICOS E PSÍQUICOS entre eles, são os mesmos: irritabilidade, dificuldade de concentração, sensação de estranheza, insônia, insegurança, sudorese, taquicardia, náusea, falta de ar, tontura e cólica.
POR QUE SOU TÃO ANSIOSO(A)? A ansiedade pode ter muitas causas, siga o listado agora e tente identificar o que torna sua mente tão inquieta.
FAMÍLIA certos ambientes familiares pré-dispõe o desenvolvimento de transtornos de ansiedade quando se é criança. Pais muito críticos transmitem em seus filhos, o sentimento de medo, insegurança e dependência por terem sempre que superar o nível de exigência e a expectativa deles, abalando a autoestima desde novos e criando uma atmosfera de receio em correr riscos e fracassar. Outro exemplo, são pais que sofrem de alguma fobia (transtorno de ansiedade) ou são supersticiosos em demasia, passando a ideia de que o mundo é um lugar perigoso e assustador. Filhos que são reprimidos ou punidos por pais dominadores quando expressam seus sentimentos, se tornam medrosos na hora de tomar um decisão ou mostrar suas verdadeiras convicções.
PERÍODOS DE GRANDE CARGA EMOCIONAL situações como violência doméstica, morte de um ente querido, perda de emprego, doença crônica, preocupação financeira, assédio moral, familiar doente, e etc, são geradores de tensão nervosa e podem fazer a pessoa ficar num estado permanente de estresse e ansiedade excessiva. Mudanças positivas na vida, como o nascimento de um filho ou a data de um casamento podem também causar transtornos na mente de uma pessoa quando ela ainda não está devidamente preparada, mesmo que deseje esse momento, ela pode sofrer grande ansiedade em curto espaço de tempo.
CRENÇA PESSOAL pessoas que se auto desqualificam, não acreditam em si mesmas, nunca se sentem prontas para nada de novo, são mais propensas a sofrerem de ansiedade, geralmente elas possuem uma imagem negativa do mundo. Todos nós costumamos falar consigo mesmo, isso não é maluquice nenhuma, se chama solilóquio. Quando um solilóquio é positivo, a tendência de enfrentar as situações com mais facilidade e tranquilidade é muito maior do que o solilóquio de um ansioso que tende a ser negativo.
ALTERAÇÃO HORMONAL a tão falada TPM (tensão pré-menstrual) causa grande irritabilidade e ansiedade nas mulheres durante o período que antecede a menstruação, ou seja, uma a duas semanas antes. Isso ocorre pelo desequilíbrio do hormônio estrogênio e progesterona. Ou seja, o efeito sedativo do estrogênio sobre o metabolismo cerebral é diminuído, gerando ansiedade na mulher, e a progesterona que tem como função regular a ansiedade e agressividade, quando diminuída, deixa a mulher mais suscetível ao estresse, irritabilidade e depressão. Além disso, acontece a oscilação de humor, devido à queda de endorfina beta e de serotonina causando insônia, fadiga e desejo de comer doces. Com a menstruação, o equilíbrio hormonal começa a ser restabelecido. Lembrando que o desequilíbrio hormonal ocorre também na menopausa.
Sempre é importante fazer um check up médico, problemas de saúde, como: o hipertireoidismo, hipoglicemia, reações alérgicas, enfermidade cardíaca, podem estar envolvidas nos sintomas da ansiedade, causando alterações dos batimentos cardíacos, da respiração, cansaço, insônia, irritabilidade, etc.
Todo ansioso está precipitado em relação ao tempo, portanto é preciso que pare e desacelere os ponteiros do seu relógio imaginário e viva o agora, não lute contra suas emoções internas, mas escute-as e faça o mesmo com sua respiração. Uma respiração correta tem o poder de acalmar sua ansiedade. Existem muitas técnicas de relaxamento através do inspirar e expirar, você pode começar de forma bem simples, respire pelo nariz e prenda a sua respiração, enquanto conta até 3, 5 ou 10 segundos, não importa os segundos, mas o quanto você aguenta tranquilamente, pense que sua respiração é como uma nuvem se enchendo e depois esvazie essa nuvem pela boca contando o mesmo tempo anterior e faça tudo novamente.
Quando está sob constante pressão, não só o seu corpo adoece, mas também, a sua mente, então nunca deixe de se cuidar, procure um especialista em saúde mental e espere pelo próximo post que darei dicas preciosas de como enfrentar sua ansiedade de forma saudável.
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Ilustração de Kathrin Honesta
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Ansiedade é muito ruim. Gostei do seu post.🤗
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[…] da tristeza que acompanha a Síndrome de Fim de Ano, o aumento da ansiedade nas comemorações e a correria dos eventos, estimulam a liberação dos hormônios do estresse, […]
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