Sinceramente, quantas vezes você já verificou seu celular hoje? Como uma parte, extensão do próprio corpo, o celular está a todo tempo conectado conosco, sendo carregado por todos os lados e olhado a cada instante. Ao ouvir o barulho de notificação, você corre para certificar-se do que se trata ou deixa pra depois? Qual seu grau de dependência virtual? Se você antes mesmo de levantar da cama ao acordar, já está conectado ao celular, comece a se preocupar.
Eu sei, para muitos é quase impossível não se encontrar nesse estágio de dependência, já que a maior parte da população necessita do celular, principalmente para trabalhar. Desconectar-se não tem sido uma escolha viável. Vivendo em plena era tecnológica, estamos cercados por variadas ferramentas e serviços que demandam da internet e que nos enchem de bips, sons agudos frequentes avisando sobre tudo, inclusive, o que a princípio não nos interessa, mas por que então estamos tão condicionados a obedecer?
A maioria se sente perdida quando percebe que não há sinal ou internet, é como se nós estivéssemos na palma da mão do celular, recebendo uma série de estímulos e respondendo a todos, sendo vigiados e manipulados pela inteligência artificial e algoritmos, que fazem uma leitura exata sobre nossa personalidade, interesses e desinteresses, afetos e desafetos, e faz tudo tão bem, que parecem nos conhecer melhor do que nós mesmos.
De fato, a tecnologia facilita muitas coisas, desde pequenas funções que ela cumpre em nosso cotidiano até a comunicação e o acesso a informação. Contudo, o lado ruim não deixa também de estar cada vez mais presente. Você conhece a Nomofobia? Talvez esteja sofrendo disso e não saiba.
Na Nomofobia o uso do celular não é feito de maneira consciente, ou seja, o usuário deixa que a tecnologia interfira negativamente na sua vida, quando ele prioriza as atividades online em detrimento das offline, nessa situação ele já se encontra na total falta de controle.
Parece que, conforme a tecnologia avança, o vilão muda de nome. Na minha adolescência, lembro que assistia muito ao canal televisivo chamado Mtv, em determinado momento, a programação sai do ar e aparecia na tela a seguinte frase: desligue a tv e vá ler um livro. Ótima ideia! Mas, será que precisamos receber uma ordem para modificar um comportamento? A resposta é não. Com pequenos hábitos é possível alterar o uso abusivo e dependente do celular.
No momento atual, é muita inocência pensar que as grandes empresas irão nos ajudar, elas querem é mais que passemos longas horas em frente à telinha do celular, pense nas notificações que te alcançam constantemente, lembrando de séries que precisa assistir e vídeos que estão no ar, como o caso da Netflix e do YouTube. Então vamos lá conhecer algumas dicas para realizar o detox digital…
Como se livrar da dependência do uso do celular em 6 passos:
1 MEÇA A SUA DEPENDÊNCIA
O seu comportamento está sendo afetado pelo uso abusivo do celular? Identifique o grau de importância que você está dando ao mundo virtual, pois se existe há percepção que o celular é um ambiente acolhedor, prazeroso e de segurança, sua condição de dependência tende então há se agravar com o tempo, procure reservar mais momentos no dia para atividades offline, conversas presenciais, passeios ao ar livre ou momentos de solitude, é claro sempre desconectado, por isso agora é o momento de diminuir progressivamente o uso do celular. Para cada tempo que você passa na telinha, reserve um para qualquer atividade distante do virtual.
2 USO CONSCIENTE
É fundamental adquirir consciência e lutar contra a sujeição a qualquer vício que comece a ditar o comportamento. E isso inclui a tecnologia que pode ser encarada, sim, como uma aliada, não como algo maléfico, desde que você esteja no controle. Para aprender a lidar com isso, a psicoterapia pode ser excelente, pois poderá colocar em prática várias técnicas para aliviar a ansiedade gerada pela diminuição do uso do celular. Se você gosta de mudanças radicais, que tal se desafiar e todo mês passar um dia ou mais sem o celular? A sensação de estar no controle vai desenvolvendo também a de liberdade e a autoconfiança.
3 MANTENHA DISTÂNCIA
É desejável que mantenha-se certa distância física do celular, principalmente quando você estiver ocupado ou quando precisar carregar a bateria. Melhor ainda é acordar e ir dormir sem estar perto do aparelho, talvez seja necessário recorrer ao velho despertador para evitar o péssimo hábito de mexer no celular nos momentos mais essenciais para ter uma boa noite de sono e começar o dia com mais leveza e boa disposição. Dica: o mínimo é somente utilizar o celular 30 minutos após acordar e nos últimos 30 minutos antes da hora que vocês costuma dormir, e desligue as notificações.
4 DESATIVE AS NOTIFICAÇÕES
O nomofóbico apresenta ansiedade, taquicardia, sudorese e sensação de vazio. Ele para tudo o que está fazendo, por mais importante que seja, para olhar as notificações e fica angustiado quando percebe que não está recebendo nenhum aviso pelo celular, por essa razão carrega o aparelho para todos os lugares à espera de um “chamado”, o insignificante bip, que vem ganhando a nossa atenção, aí ele entra num aplicativo e no outro e permanece longos minutos olhando para tela ao invés de fazer suas tarefas ou dar atenção à pessoas ou acontecimentos reais. Selecione melhor os aplicativos que você permite que enviem notificações, o aviso de alerta sempre irá desviar a sua atenção com aquelas luzes, sons e vibrações que o celular emite, impeça agora esses estímulos.
5 MUDE A CONFIGURAÇÃO DA TELA
Deixe a tela no modo “escalas de cinza”, a intenção é eliminar os reforços positivos, já que as cores brilhantes agem como recompensas para o cérebro, quando mais brilho e cor, mais atraente aos olhos. Não deixe na tela inicial os aplicativos que consomem mais o seu tempo, quanto mais difícil o acesso a eles, menos você entrará sem necessidade.
6 REFLITA!
Pense nas consequências que a compulsão pelo uso do celular pode provocar, como a alteração do sono, problemas de visão, de coluna, tendinite. Será que carregar todos esses problemas vale a pena? Não deixe que postagens nas redes sociais abalem o seu humor, não acredite em tudo que vê e também perceba quais são os efeitos do tipo de conteúdo que você consome e que produz na internet. Valorize mais as suas relações pessoais, familiares e sociais reais.
O ser humano tende a buscar por significações, se move em direção a um sentido para a vida, isso que o torna humano. A falta de sentido na sua existência pode ser incômoda e provocar uma busca desenfreada por formas e meios que tragam atenção, gratificação e satisfação de qualquer necessidade que você apresenta hoje e que é muito mais profunda comparada a toda superficialidade que o mundo virtual o coloca. E considerando a atual sociedade, a internet tem se mostrado como a forma mais ágil de se comunicar, interagir e significar nossas vidas, portanto muito cuidado! São tantas possibilidades… entretanto o excesso de inter-relação entre homem e a tecnologia, causa a perda do contato com o outro, o empobrecendo do “ser” e a supervalorização do “ter”.
Não precisamos proibir o uso do celular, todavia precisamos criar estratégias para poder nos reencontramos no mundo “frente a frente”. Qual atividade na vida real também pode ser prazerosa? Talvez você tivesse alguma no passado, mas tenha deixado de lado com o avanço da internet. Lembre-se. Pense sobre os seus verdadeiros desejos e como estão sendo ou não atendidos, pense sobre seus hábitos cotidianos e faça diferente, invista em um novo hobby, escolha novas formas de curtir a vida.
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Por acaso, você conhece alguém que não possui celular ou está sempre desconectado? Se sim, responda nos comentários!
Gostou das dicas?
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É uma benção e uma maldição, me policio bastante, coloquei alarme caso use o instagram mais do que 20 minutos, raramente ele toca ufa… Mas todo o resto da vida está lá, trabalho contatos, transporte, comida e caso você tenha a tal Nomofobia, pode ser que a sua consulta com o psiquiatra ou psicologo seja atraves do que do que? rssss é ele… celular. Uso o blog e comento aqui no notebook, pausa de trabalho, mas até nosso blog está lá no celular rsss. Cercados de todos os lados e sim, por isso suas dicas sao importantissimas, não d apra abrir mão da tecnologia mas vigiar sempre!
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Ótima dica sobre o uso do Instagram.
Para algumas tarefas, eu dou sempre preferência ao notebook também como forma de evitar o celular. O melhor que podemos fazer é usá-lo com moderação. Obrigada pelo comentário!!
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Não apenas gostei das dicas como vou trabalhá-las em salas de aula. Com as devidas referências, claro.
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Obrigada! Fico contente em saber que o conteúdo auxiliará sua aula, boa sorte!
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🙏😇🌹
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Trabalho muito e dependo do celular. Hoje a maioria dos meus clientes estão conectados. Posso dizer que é um mal necessário, mas como foi falado anteriormente precisamos controlar bastante o uso do mesmo.
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