Enquanto cientistas e astronautas exploravam e faziam um mapa do universo físico, Carl Jung e os psicólogos analíticos que seguiram seu trabalho começaram a traçar um mapa do mundo interior da psique humana. Para compartilhar a essência de quase trinta anos de estudo sobre o mapa da alma traçado pelo pioneiro Jung, Murray Stein procura através da escrita didática deixar de forma mais clara os mistérios envolvidos no tema, e apesar das poucas páginas, o autor expõe sua vasta gama de conhecimento que necessita a nossa atenção para assimilar todas conexões entre os conceitos junguianos.
Segundo Carl Jung, o mundo inteiro está pendente por um fio, e esse fio é a psique humana. É vital que nos familiarizemos todos com isso. Jung – O Mapa da Alma é o livro mais importante sobre psicologia junguiana publicado nos últimos anos. É esclarecedor tanto para aqueles que querem entender o complexo pensamento de Jung quanto para os que acreditam que já o entendem.
Nascido em 1875, Carl Jung concluiu o curso de medicina na Universidade de Basiléia, Suíça, em 1900, e fez sua especialização em psiquiatria no Hospital Burghölzli, em Zurique, até 1905. Sua importante colaboração com Freud decorreu entre 1907 e 1913, após o que consumiu alguns anos entregue a uma profunda auto-análise, dela emergindo então com a sua própria e distinta teoria psicológica chamada psicologia analítica – a qual apresentou ao mundo em 1921 no livro “Tipos Psicológicos”.
O projeto de explorar cientificamente a psique humana foi descrito inicialmente em sua tese doutoral, Sobre a Psicologia e Patologia dos Chamados Fenômenos Ocultos. O estudo de Jung fornece uma descrição psicológica do mundo interior de uma jovem e talentosa mulher que, na realidade era a sua própria prima Helene Preiswerk. Quando adolescente, ela era médium, os espíritos de mortos falavam através de sua voz, com acentos históricos notavelmente precisos. Jung estava fascinado e se empenhou em entender e interpretar esse fenômeno psicológico incomum. Para isso, ele utilizou o teste de associação verbal com o intuito de desvendar as características ocultas pelo inconsciente, classificando-as como “complexos”, um termo que perdurou e o fez famoso, sua descoberta foi divulgada em numerosos artigos.
Após isso, Carl Jung estudou a psicose e a esquizofrenia, e produziu um livro, A Psicologia da Dementia Praecox, que enviou a Freud como exemplo de seu trabalho e como sugestão de como algumas das ideias freudianas podiam ser aplicadas na psiquiatria. A partir daí, Freud e Jung começaram a trabalhar juntos no movimento psicanalítico, o objetivo era pesquisar as sombrias regiões das condições neuróticas, chegando enfim à descoberta de mais ou menos invariantes fantasias e padrões de comportamento universais (os arquétipos) numa área da psique profunda a que chamou o “inconsciente coletivo”. A descrição e o relato detalhado sobre os arquétipos e o inconsciente coletivo, tornaram-se a marca que distingue o mapa de Jung de todos os outros exploradores da psique profunda, do inconsciente.
Sempre se destacando entre os membros da psicanálise, Jung ampliou ainda mais as suas teorias criando uma ligação entra a física moderna, a história, cultura e religião. Sua investigação acerca do inconsciente não foi realizado unicamente com sujeitos experimentais e pacientes, Jung também se analisou. Observando cuidadosamente seus próprios sonhos e desenvolvendo a técnica de imaginação ativa, ele encontrou um caminho para penetrar nos espaços mais inacessíveis do seu mundo interior. Para entender seus pacientes e a si mesmo, ele desenvolveu um método de interpretação que se baseou em estudos comparativos de cultura humana, mito e religião, denominando esse método de “ampliação”.
O mapa da alma de Jung pode ser um instrumento útil para aqueles que desejam orientação e um guia, explicando os níveis da psique assim como as relações e dinâmicas entre eles. É uma obra de arte cujas partes estão em perfeita harmonia entre si, atraindo e seduzindo a uns e não a outros. A obra do psicólogo suíço, Carl Jung, muitas vezes não é cuidadosamente lida e por isso é criticada por ser incoerente e contraditória, para se afastar de qualquer distorção das ideias de Jung, é fundamental conhecer esse livro Jung – O Mapa da Alma e descobrir a valiosa e única teoria da Psicologia Analítica.
Além de todas as explicações, Murray Stein nos apresenta Jung ao mesmo tempo como cientista dedicado, artista criativo e profeta. Interessado pelos gnósticos antigos e alquimistas medievais, pelos filósofos Kant, Hegel, Platão e Schopenhauer, além da contribuição do pensamento de Freud, vários foram os responsáveis que influenciaram Jung para a construção da Psicologia Analítica. Visionário, muitas de suas intuições originaram-se em suas experiências do sublime, as quais lhe chegaram em sonhos, visões e pelo método de imaginação ativa. A intenção do seu mapa é abrir panoramas em vez de os bloquear.
Murray Stein entra no espírito de aventura do próprio Jung, no território desconhecido do inconsciente. Guiando-nos através do desenvolvimento de Jung, ele escreve como alguém que conhece o seu caminho, mas sente com Jung a alegria da descoberta.
Joseph L. Henderson, autor de Shadow and Self.
Opinião Final
O livro Jung – O Mapa da Alma expõe muitas ideias, informações preciosas pra quem deseja entender as teorias de Jung, que são complexas e ao mesmo tempo é um prazer conhecê-las. Sendo assim, acredito que para assimilar todo o conteúdo de modo satisfatório, é mais vantajoso ler aos poucos.
Infelizmente, devido a algumas faculdades de psicologia promoverem um certo distanciamento das teorias de Jung e com isso estudantes ou mesmo psicólogos terem pouco embasamento teórico. Por mais que esse livro seja introdutório, talvez para os leigos funcione melhor ler um material mais conciso antes, sugiro então Introdução à Psicologia Junguiana, por Calvin S. Hall e Vernon J. Nordby.
Durante a leitura, Murray Stein por vezes para explicar algumas teorias junguianas dá um contexto histórico ou biográfico como o nazismo e a relação do Jung com Freud, além de um exemplo prático. O livro funciona como um excelente curso sobre Psicologia Analítica. Na primeira vez que eu li, lembro que fiz várias marcações e anotações, por esse motivo seria interessante que a próxima edição viesse com folhas de gramatura mais grossa e letras maiores, para não cansar a vista. Enfim, essa é uma obra que vale a pena ser lida e relida atentamente, sem espaço para distrações.
Ficou com vontade de ler?
Encontre aqui Jung – O Mapa da Alma, de Murray Stein. Para saber mais detalhes, clique abaixo.
Sim. Fiquei com muita vontade de ler.
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Que bom! Conhecer a Psicologia de Jung é uma experiência única.
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