A Organização Mundial da Saúde aponta que a cada 40 segundos uma pessoa tenta tirar a própria vida e a cada 40 minutos um suicídio é consumado. No Brasil, todos os dias morrem de suicídio cerca de 32 pessoas. Configurando um problema de saúde pública que precisa ser tratado com muita responsabilidade.
Quebrando Tabu – Suicídio
Muitos acreditam que quem comete suicídio deseja morrer, entretanto não é esse o verdadeiro desejo, o que acontece de fato é um grande desespero, uma dor na alma, uma descrença, decepção profunda, culpa, vergonha, muitos sentimentos complexos envolvidos com grande carga de sofrimento, por vários motivos que se encontram internamente (na psique do sujeito) e/ou externamente como o desemprego. As pessoas se matam, pois enxergam o suicídio como a única saída para os seus problemas, para uma angústia insuportável que parece que nunca vai passar, é a dor do existir.
Falar abertamente sobre suicídio não incentiva ninguém a se matar, ao contrário, alivia a angústia e a sensação de desamparo. As pessoas costumam ser ambivalentes sobre viver ou morrer. Em muitos casos, o sujeito por impulso se envenena, por exemplo, e logo em seguida se arrepende. Isso não quer dizer que ele está fora de risco, pois o período de internação ou melhora da crise é o momento mais crítico. Daí mais uma vez a importância do apoio emocional.
Se assunto ainda é tabu em muitos ambientes e culturas, imagine nas religiões… O suicídio não é permitido e por isso as famílias costumam esconder esse ato por vergonha. É frequente observar que, quando os familiares não conseguem explicar muito bem a causa da morte de um parente, provavelmente pode ser suicídio. A família tem medo de revelar o acontecimento como se fosse acordar um monstro.
E quem perde um ente querido dessa forma, infelizmente, pode começar a pensar no suicídio como um meio de acabar com seus problemas também. É como se abrisse uma possibilidade devido ao processo de identificação. Quando você se identifica com um familiar que cometeu o suicídio, é quase impossível não pensar sobre isso, por exemplo, um filho quando chega aos 50 anos que é a mesma idade que seu pai se matou, se estiver num estado psicológico de sofrimento insuportável, ele pode passar a pensar mais em suicídio durante essa fase complicada.
Quero deixar claro que, não são todos os indivíduos em desespero que se matam. O suicídio é a junção de muitos fatores como a genética, transtornos mentais (como depressão, bipolaridade, ansiedade e borderline), o ambiente que a pessoa vive, perdas sucessivas, abuso e dependência química de drogas e etc.
É importante analisar que atualmente nossa sociedade está muito individualista e menos solidária, todo mundo parece ocupado demais para dar atenção ao outro. Nas redes sociais, a necessidade de mostrar apenas o sucesso e coisas positivas, exclui quem sofre de depressão e se encontra em extrema tristeza. Junto ao desejo crescente por essa felicidade cobiçada, as pessoas apresentam maior dificuldade em lidar e suportar um momento de crise na vida e consequentemente sentem vergonha e medo na hora de pedir ajuda e acabar sendo mal interpretadas e até julgadas. Assim, o desânimo, confusão mental e angústia se tornam avassaladores e impossibilitam qualquer esperança e ideia de crescimento após a superação da adversidade.
Até o final da nossa existência, teremos de enfrentar o sofrimento. Nossa vida não é uma passagem só de eventos felizes, agradáveis e tranquilos. Durante o período difícil é fundamental ter paciência, viver um dia de cada vez, confiar que irá passar adiante, superar! Você não precisa sofrer calado e sozinho, procure ajuda de um profissional da área de saúde mental e de alguém próximo que não irá te julgar e diminuir sua dor existencial e psicológica.
Para você aí do outro lado da tela que está lendo esse texto, reserve um tempo de qualidade para escutar o outro que deixa de alguma forma implícita a vontade de sumir, de se matar, observe os sinais (houve mudança de comportamento?), porque quem ameaça pode, sim, se matar, até para provar isso a você, então não faça julgamentos, não despreze e seja moralista, não diga que você é melhor que o outro, não repasse receitas de felicidade e muito menos culpe o outro como responsável e causador do próprio sofrimento, pois essa pessoa pode estar em profunda crise, deprimida, descrente e desorientada.
Foto – Pinterest
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Ouça essa música que enviei, ela se chama “Mesa de Jantar em Família”, e fala sobre uma noite com a família reunida. Um dos versos da música se diz: “O que é felicidade? É uma casa tão tranquila à noite.”
Parabéns pelo texto. Seu blog é uma melodia pacífica.
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