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Psicanálise: O Tempo E Os Medos – A Parábola Das Estátuas Pensantes

Sinopse: Sempre dolorosa e paradoxal é a relação do homem com o tempo. Tempo que se deseja controlar é o tempo que não se pode deter… Há cerca de trinta anos, o tema abordado neste livro seria de interesse de uma parcela bastante restrita da população, as pessoas da chamada terceira idade. No entanto, a partir da virada do século XXI, o envelhecimento se converteu gradual e progressivamente em preocupação de pessoas cada vez mais jovens. O flagrante aumento da preocupação com a manutenção da beleza e da juventude e a tomada do envelhecimento como uma das principais questões do homem ocidental contemporâneo merecem um exame detalhado, tanto das condições sociais quanto dos movimentos subjetivos, marcados pela lógica mercantilista. Quando o envelhecimento é vivido como adoecimento, vive-se ao mesmo tempo o medo da exclusão social e o horror diante do desamparo e da perda das referências afetivas.

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Livro De Psicanálise “O Tempo E Os Medos”

Não tem como fugir, se você não quer morrer novo, terá de envelhecer, mas parece que esse fato tem sido negado do modo mais artificial, por meio de promessas da medicina e meios de comunicação que vendem um estilo de vida jovem, exigindo a matrícula na academia, dietas, consumo de produtos cosméticos, procedimentos estéticos e cirúrgicos rejuvenescedores. O ser humano tem mostrado cada vez mais horror ao envelhecimento e as limitações que a idade avançada provoca na saúde física e cognitiva.

O sofrimento ao se imaginar excluído do mundo dos vivos, quando ainda sente que possui algo a dizer e realizar em vida. O livro “O Tempo E Os Medos – A Parábola Das Estátuas Pensantes” de Maria Silvia Bolguese utiliza da psicanálise para explicar o por quê do pavor e não aceitação do envelhecimento, adoecimento e da etapa final da vida, a morte.

Vivemos numa sociedade, em que a imagem é supervalorizada, os espelhos que estão por toda parte podem nos causar estranhamento e refletir nossos defeitos. Diante do reflexo da imagem distante do ideal, a “evitação” dessa percepção se torna crescente e dolorosa. Uma cultura com exigências sociais narcísicas que impõe determinada beleza e juventude como passaporte de inclusão social, favorece efeitos elitistas, segregacionistas e racistas nas relações sociais.

Gradativamente, a expectativa de vida do ser humano tem aumentado e junto a isso, ocorreu uma aliança perversa entre medicina, indústria farmacêutica e publicidade, criando as demandas compulsivas de bem-estar, qualidade de vida e rejuvenescimento.

A passagem do tempo, a juventude perdida vem adoecendo a psique (mente) dos sujeitos, novos casos clínicos estão se apresentando e também mecanismos psíquicos mais primários como o narcisismo, masoquismo, angústia, vivências traumáticas e ação da pulsão de morte. Para debater o assunto, Maria Silvia Bolguese expõe suas ideias, relatos clínicos e textos freudianos, como: Introdução ao narcisismo; O Sinistro; Além do princípio do prazer; O problema econômico do masoquismo; Inibições, sintomas e angústias; e Mal-estar na civilização. Além da psicanálise de Freud, a autora discute referências pós-freudianas como Lacan, Green e Birman, sociologia política, filosofia e outros pensadores como Adorno, Horkheimer, Norbert Elias, Agamben, Debord, Foucault e Benjamin.

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Os casos clínicos são muito interessantes, por isso irei citá-los: o horror que Helena tem de gente velha e gorda; o drama de Hércules e sua obsessão pela modelagem dos músculos na academia; a saga de Maria, em seu desejo de ser perfeita e suas múltiplas intervenções dolorosas no corpo; o dilema de Alice em rejuvenescer, seus arrependimentos, o medo da passagem do tempo e da morte; a solidão de Hadassah surgida após a separação, filhos crescidos, morte da mãe e o vazio do envelhecimento.

A autora aproxima temas como obsessão, manutenção da beleza e da juventude e hipocondria. Será analisado durante a leitura: o mal-estar do sujeito contemporâneo que se manifesta em perturbações no corpo, pânico, estresse físico e psíquico, narcisismo, distorções e angústias diante da própria imagem. Veremos não só essas patologias como também a banalização da depressão e as promessas de conquista da felicidade produzidas pela indústria farmacêutica e a publicidade.

O capítulo final é dedicado às mulheres, as maiores vítimas da demanda de beleza e juventude. As mudanças hormonais, a travessia da menina para seu lugar de mulher e a chegada da menopausa que marca o término de uma importante função biológica.

O objetivo principal do livro é desvendar as artimanhas do funcionamento mental em sua aliança com os apelos e as demandas sociais, no sentido do esclarecimento de como os sujeitos se deixam aprisionar pela lógica mercantil que vende a inalcançável juventude e vida eterna.

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Ficou com vontade de ler?

Encontre aqui O tempo e os medos, de Maria Silvia de Mesquita Bolguese. Para saber mais detalhes, clique no link abaixo.

:) Gostou da indicação de livro de psicanálise? Curta ou comente aqui embaixo. Se você ficou interessado no livro e deseja mais conhecimento, confira estes dois posts aqui: O Preço da Sociedade do Espetáculo de Guy Debord na Mente e Redes Sociais Melancolia e Depressão, o Mal-estar para Psicanálise de Freud

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