O Que É Musicoterapia? 7 Benefícios De Escutar Música Para A Psicologia -blog de psicologia Melkberg

O Que É Musicoterapia? 7 Benefícios Da Música Segundo A Psicologia

Desde as canções de ninar, a música já pode estar presente em nossas vidas, uma grande aliada da saúde mental, ela proporciona muitos benefícios para o estado emocional e psicológico. Pode acreditar, depois de escutar uma música nossa mente muda para melhor, porém o contrário também ocorre, por isso esteja atento ao seu ânimo e dê preferência ao som mais apropriado para a sua mente. Quando estamos alegres podemos ouvir qualquer tipo de música que gostemos, mas nada de ouvir músicas melancólicas e dramáticas quando o momento está mais para tristeza e pessimismo.

A música pode nos tirar da depressão ou nos levar às lágrimas – é um remédio, um tônico, um suco de laranja para o ouvido. Mas para muitos dos meus pacientes neurológicos, música é ainda mais – ela pode dar acesso, mesmo quando nenhum medicamento consegue, ao movimento, ao discurso, à vida. Para eles, música não é um luxo, mas uma necessidade.

Oliver Sacks

Um Pouco de História…

A atividade musical é vivida dentro de um contexto social, histórico e recebe significados compartilhados. Presente em qualquer civilização desde a Antiguidade, a música é uma linguagem tão antiga quanto a fala humana, Darwin declarou que a fala não antecedeu a música, mas derivou dela. Como a arte surgiu bem antes da linguagem, a música funciona como um idioma dos sentimentos e sensações, capaz de expressar através de palavras, sons e emoções, o conteúdo da alma de cada um.

Pesquisas revelaram os benefícios da música na Idade Média e concluíram que as pessoas eram menos depressivas, porque haviam muitas festas, o que contribuia para o senso de coletividade, mantendo-as mais unidas. Nessa mesma época, quando ocorriam os funerais, as famílias davam seu último adeus para os falecidos ao som de músicas graves e cerimoniais, numa atmosfera que promovia a reflexão sobre a perda.

Em tempos de guerra, nas tribos primitivas o som dos tambores assim como a música militar nos povos mais civilizados, fazia calar o medo e encorajava os soldados, provocando uma sensação de invulnerabilidade para enfrentar o inimigo, como o uso de gaitas de foles que o exército britânico fazia nas áreas de retaguarda durante a Segunda Guerra Mundial.

 

Psicologia da Música 

Utilizada nas salas de espera para acalmar os clientes, nas lojas para estimular a venda e também nos filmes como uma cena de suspense para acelerar os batimentos cardíacos ou numa cena de romance para envolver os espectadores, várias são as alternativas de uso da música com a finalidade de provocar certos efeitos desejados.

A música é universal, ao escutar uma canção desconhecida, mesmo que seja de uma cultura diferente da sua, ainda sim, você consegue identificar o tom emocional, ou seja, se é uma composição musical melancólica, alegre, religiosa e etc.

A escuta musical busca um referencial, imagens ou situações que aconteceram de fato em nossas vidas, por isso ligamos determinadas músicas a determinados acontecimentos. Ouvir a música que tocou no seu casamento ou lembrar das badaladas de um sino antes de um funeral de um ente querido, faz você compor um cena do passado que te leva ao sorriso ou as lágrimas. Quanto mais sensíveis somos, mais percebemos essa ligação e comovidos ficamos pelas canções.

Nossa vida é como uma trilha sonora, em todas as fases e em todas idades, as músicas nos acompanham em bons e maus momentos, nos levando ao céu ou ao abismo da loucura pelo desconforto das emoções evocadas. Além de ser um artefato mnemônico, a música promove a aproximação dos indivíduos, une casais e amigos ao associar uma música a um evento significativo como representação de um relacionamento.

A música tem o potencial de aproximar pessoas, promover a interação social e trazer riqueza cultural e diversidade. Para a Psicologia Cognitiva, a música está relacionada à atração interpessoal, podendo ser um facilitador na hora de escolher um parceiro(a) pela identificação do mesmo gosto musical. Já a Psicologia Social, alerta para a discriminação quando se cria estereótipos relacionados a algum gênero musical, por exemplo, a associação da pobreza ao samba, funk ou da música clássica ao idoso e classe econômica alta.

O Que é Musicoterapia?

Criada em 1944 nos EUA, a musicoterapia é uma alternativa de tratamento para distúrbios da fala, motores, mentais e neurológicos, utilizando a música (som, ritmo, melodia e harmonia) como um meio de criação para variadas formas de aprendizado e expressão. O objetivo é descobrir as potencialidades da música, quais os efeitos que as ondas sonoras causam no corpo e as associações mentais que despertam. De acordo com o gosto musical, cada estilo ou sonoridade irá estimular mais o sujeito.

A música é usada como um instrumento para a prevenção e promoção da saúde de todos, auxiliando no alívio de dores crônicas, estresse, desenvolvimento cognitivo, criatividade, memorização, respiração, circulação, sensibilidade, reabilitação motora, social e mental de seus pacientes.

Muitos podem ser beneficiados com a musicoterapia, como: pessoas que sofreram acidente vascular cerebral (AVC), ansiosos e deprimidos, pacientes com câncer, deficientes auditivos e visuais, idosos para manter as funções cognitivas e motoras, estudantes com dificuldade de aprendizado, pacientes com Mal de Parkinson, de Alzheimer, Síndrome de Down, autistas, menores infratores para promover a reabilitação social e etc.

Realizada em sessões individuais ou grupais, a musicoterapia pode ser passiva ou ativa quando o cliente é estimulado a produzir, tocar, improvisar, compor ou cantar algo. A vantagem é que o paciente não precisa ter nenhum conhecimento prévio, isso tudo será trabalho na terapia.

Ao ativar o nosso sistema límbico (região do cérebro responsável pelas emoções, comportamentos sociais, motivação e funções de aprendizado e memória) através da música, quando cantamos ou tocamos um instrumento, abrimos um espaço criativo para extravasar afetos e sentimentos reprimidos.

Na arte supera-se certo aspecto do nosso psiquismo que não encontra vazão no cotidiano.

Vygotsky (psicólogo russo)

Como a música provoca sentimentos e emoções positivas ou negativas, seu poder ocorre ao ativar algumas partes do nosso cérebro como córtex, amígdala, cerebelo, hipocampo e etc. Daí a importância de escutarmos músicas adequadas ao nosso estado psicológico, nos beneficiar positivamente, melhorando o humor, atenção, concentração, memória e trazer à tona lembranças marcantes e agradáveis.

Mesmo sem fazer musicoterapia, analise quais efeitos as músicas provocam em você e monte sua playlist, essa é uma forma de proporcionar o autoconhecimento. Se permita prestar atenção naquilo que te faz bem. Depois disso, é só escutar sua playlist em todos momentos que mais necessitar para restabelecer a calma, concentração e bem-estar. Abaixo, leia os principais benefícios de escutar música…

 

7 Benefícios da Música

1 PROTEGE SEU CORAÇÃO – diminui a frequência cardíaca e pressão arterial, reduzindo o risco de problemas de saúde como nas doenças cardiovasculares.

2 EFEITO ANALGÉSICO – libera endorfinas no nosso cérebro, consideradas os analgésicos naturais, diminuindo a dor em até 21%. A música desvia a atenção da dor, deixando a pessoa menos tensa. Além disso, as endorfinas provocam a sensação de bem-estar e melhoram o humor, controlando a depressão.

3 REDUZ A ANSIEDADE – se você escutar música 30 minutos duas vezes por dia, durante duas semanas, esse efeito é alcançado como estudos indicam. Menos ansiosos, melhoramos a qualidade de sono, por induzir o relaxamento e temos o nosso sistema imunológico mais fortalecido para o combate de doenças

4 GRANDE ESTIMULADOR – para especialistas existem gêneros musicais que por sua composição e formatação dos ritmos e das batidas ajudam mais ou menos o nosso cérebro a se concentrar nas tarefas. Batidas repetidas, sons clássicos e sutis, sem muitas reviravoltas e melodias familiares podem auxiliar a manter o foco e aumentar a produtividade, isso é conseguido através de músicas com estilos específicos, como a música clássica (barroca), eletrônica e de videogames.

5 PROMOVE A SOCIALIZAÇÃO – estimula a capacidade interativa e de comunicação, melhorando aspectos emocionais, físicos, biológicos e culturais. A música une as pessoas e contribui para o sentimento de identificação, diminui o estresse e isolamento social, assim aumenta a energia, motivação e determinação que precisamos para encarar a vida da melhorar maneira.

6 MELHORA O DESEMPENHO FÍSICO – quando nos exercitamos ouvindo música, melhoramos o desempenho e o grau de comprometimento com a atividade física, aumentando a resistência ao cansaço e fadiga, intensificando o treino.

7 ELEVA O OTIMISMO – escutar músicas alegres que te agradam, mantém você mais positivo, prevenindo e combatendo a depressão, principalmente, quando a música te lembra momentos muito felizes que você não gostaria de esquecer, pois foram importantes e bons em determinada fase da vida.

Nietzsche dizia que “sem a música, a vida seria um erro”. Existem pessoas que não levam a música tão a sério, para elas é apenas uma forma de se distrair, outras já são movidas à música, como se a vida perdesse a graça sem ela. Não tem como negar, com poucas notas musicais, nosso estado emocional é tocado pela música, ela faz parte e marca vários momentos da vida.

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4 comentários em “O Que É Musicoterapia? 7 Benefícios Da Música Segundo A Psicologia”

  1. Olá, gostaria de indicar dois estudos. Pesquise por Coding DNA Music, tem bastante artigos sobre o tema, é um estudo feito sobre a relação dos genes e proteínas com a harmonia musical, ou seja, nossos genes trabalham como se fosse uma sinfonia organizada. Simplificando, é como se nosso DNA fosse música, pois as experiências feitas foram transformar os códigos genéticos em notas e assim formar uma música.
    E com isso se descobriu que esses genes possuem ritmos, harmonias.
    Podemos dizer numa forma mais poética que nosso corpo é uma sinfonia musical.
    O mais complexo e interessante disso, é que foi levantado a hipótese de que podemos descobrir doenças transformando códigos sequenciais de nossos genes em melodias, e sempre que uma nota sair fora do padrão, é porque algo não está trabalhando bem.
    Vale a pena conhecer esse estudo.
    E também indico assistir a aula disponível no youtube “Armonia Funcional Desde Las Emociones”, infelizmente está em espanhol mas te indico ver, pois é uma aula ensinando o quanto a emoções estão ligadas diretamente em cada tom musical, cada tom representa uma emoção diferente, e com isso percebemos o quanto a música está totalmente ligada ao ser humano. Desde sua composição biológica até suas emoções.
    Acho um mistério absurdo você pensar que a harmonia é algo que já está em nós desde o princípio, que poder é esse que a música tem, capaz de impactar até o DNA humano? Quanto mais que estudamos percebemos a complexidade da vida.
    Agora uma reflexão, se os genes e proteínas trabalham em ritmos, o DNA criou a harmonia ou a harmonia criou o DNA? É uma pergunta a se refletir.
    Parabéns pelo texto. Fica na paz.

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    1. Bem interessante os estudos, a relação entre a doença e a desarmonia das notas mais ainda. O DNA parece muito perfeito e belo, infelizmente, nas doenças uma micro alteração nele pode provocar um furacão de sintomas e sinais que denunciam toda uma bagunça nessa dança chamada genética. Ainda há muito mistério, o investimento em pesquisas são sempre necessários para entender melhor o nosso DNA e curar doenças raras ou não. Investigar como o nosso corpo interage com a música, torna tudo mais fascinante.

      Escutar música é muito terapêutico. Obrigada pelas dicas! Que bom que você gostou do texto :) Tenha uma ótima semana!

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