Tempo de Despertar é um filme baseado em uma história real quase autobiográfica contada no livro “Awakenings” do neurologista Oliver Sacks que é interpretado por Robin Williams no papel de Malcolm Sayer. Tudo se passa no ano de 1969, em Nova York quando o médico Malcolm Sayer começa a trabalhar no Hospital Psiquiátrico de Bronx.
O primeiro contato com seus pacientes se torna um pouco frustrante, Sayer encontra vários pacientes num estado catatônico, ao observar eles, o médico percebe que estão aparentemente adormecidos e por isso, tenta provocar estímulos aos pacientes para ver como eles podem responder.

Apaixonado por sua profissão, Sayer se dedica e pesquisa a fundo o histórico de todos pacientes, descobrindo algo em comum, a encefalite letárgica. Após assistir uma palestra sobre uma nova droga, chamada Levodopa (L-DOPA) para o tratamento de Mal de Parkinson, ele decide usar a mesma substância com seus pacientes.
A encefalite letárgica, conhecida também como “doença do sono” é uma forma atípica de encefatilte que virou epidemia depois da Primeira Guerra Mundial na Europa e na América do Norte, afetando cerca de um milhão de pessoas, levando quase metade delas à morte. A doença provoca letargia, sonolência incontrolável, tremores (parkinsonismo pós-encefalítico), movimentos anormais do globo ocular, perda de fala, atrofia muscular, catatonia e até mesmo psicose.
Ao comunicar sua decisão ao diretor do hospital, Malcolm Sayer é autorizado a usar a substância somente em um paciente, sem pensar muito, escolhe de Leonard Lowe, interpretado de forma brilhante por Robert De Niro. A partir daí, começa uma relação entre médico e paciente muito verdadeira e bonita.

Leonard Lowe viveu como uma pessoa saudável durante a infância e de repente num dia qualquer, acordou sem reação alguma. Com o consentimento da mãe de Leonard, o Dr. Sayer começa administrando pequenas doses de L-DOPA e surpreendentemente, seu paciente reage muito bem ao tratamento.

Animado com o despertar de Leonard, o neurologista consegue fazer o mesmo com os demais pacientes e todos acordam, agindo como pessoas normais, porém ao mesmo tempo, devem lidar com triste trajeto de vida que ocorreu, enquanto estavam adormecidos. A partir daí, eles recebem notícias dolorosas, como a ruptura de famílias, casamentos, falecimento de entes queridos e ficam ansiosos para recuperar o tempo perdido.


Agora, Leonard está com sede de vida, quer sair do hospital e voltar ao mundo. Durante esse tempo de despertar, ele se apaixona por uma visitante de um dos pacientes do hospital e conquista ela. Mas, infelizmente os efeitos colaterais da droga são sentidos por ele, e então surgem tiques severos no seu corpo. Com medo de perder novamente sua vida, ele pede ao Dr. Sayer para que não o abandone.
Precisamos contar a todos, fazê-los lembrar de como é bom. O que o jornal está dizendo? Que está tudo ruim. Tudo ruim. As pessoas esqueceram o que é viver, estar vivo. Elas precisam ver o que já têm e o que podem perder. Sinto a alegria de estar vivo. A dádiva e a liberdade da vida! A maravilha que é viver!”
Leonard Lowe



A relação médico-paciente é muito importante, fazendo toda a diferença dentro do ambiente hospitalar e no tratamento também, Leonard e o Dr. Sayer conseguiram estabelecer uma confiança mútua, o que tornou tudo mais tranquilo para enfrentar e descobrir a cura da doença.
O filme mostra como o humanismo é indispensável para proporcionar um bem-estar a todos, desde o convívio profissional até o primeiro contato visual com o doente. O neurologista Sayer unia todos os colegas de equipe de todos níveis hierárquicos para obter sucesso no progresso de seus pacientes, ele se importava com a opinião dos demais profissionais e acabava com qualquer barreira de conhecimento frente à problemática.

Usando métodos não convencionais, se empenhando em promover a melhora do estado de saúde e privilegiando a observação dos pacientes, o médico neurologista estudava até mesmo os benefícios de suas plantas e passava a madrugada tentando descobrir a cura potencial.
Ele acreditava que podia fazer a diferença no Hospital de Bronx e fez, tinha paixão por sua profissão, enfrentou o ceticismo dos demais médicos que trabalhavam somente pelo dinheiro e não tinham empatia, cuidado e atenção com aquelas pessoas que precisavam deles.
A vida humana é valiosa e quem escolhe trabalhar para salvar vidas, tem a mínima obrigação de gostar de gente e ter vocação para tal função, o que muitas vezes não é o que acontece, então desconfio do desempenho daqueles que não lutam por isso e só esperam o salário chegar na sua conta bancária.
Ninguém deseja estar mal, portanto quando uma pessoa tem sua saúde debilitada, ela espera que o médico supere suas expectativas e a tire desse sofrimento. Tendo uma profissão tão valorizada, o médico tem o dever e a responsabilidade de fazer o máximo pra responder a esperança de seu paciente.

Ao examinar uma doença, ganhamos sabedoria sobre anatomia, fisiologia e biologia. Quando examinamos a pessoa com a doença, ganhamos sabedoria sobre a vida.
Oliver Sacks

Onde está o sucesso? Está em um tratamento bem sucedido e na satisfação do paciente ou numa escolha de profissão somente para obter uma realização financeira?
… a realidade é que… não sabemos o que deu errado nem também o que deu certo. O que sabemos é que com o fechar das janelas químicas… outro despertar aconteceu. O espírito humano é mais forte que qualquer droga. E é isso que precisa ser alimentado… por meio do trabalho, distração… da amizade e da família. Isso é o que importa. Foi disso que nos esquecemos. Das coisas simples.
Dr. Malcon Sayer
TRAILER DO FILME
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Eu assisti esse filme e gostei bastante! Parabéns pela resenha! Bjs!
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Obrigada, Juliane! ✨✨Que bom que já assistiu e gostou, esse filme é muito bom 😊 Bjs!
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Oi Cintia, tudo bem?
Adorei a dica e também suas considerações sobre medicina.
Infelizmente o que mais vemos hoje são médicos que estão na profissão apenas por dinheiro, deixando o bem-estar dos pacientes em segundo plano. :(
Beijos,
Priih
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Tudo bom, Priih! Muito Obrigada! 😊✨✨
É mesmo, infelizmente muitos médicos estão deixando de lado o único bem que seus paciente mais precisam de volta que é a saúde. Beijos 😘
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Oi Cintia!
Acredito que você conheça o Oliver Sacks. Caso ainda não tenha lido algo dele,leia! Ele restaurou minha fé na humanidade médica e muito do que escreve tem tudo a ver com o que você escreveu nesse post. Bjs!
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Sim Flávia, admiro muito os ensinamentos do neurologista Olivier Sacks, uma pena que não está mais nesse mundo. Pretendo fazer um post sobre alguma obra literária dele, para que todos nós aprendemos com ele. É muito importante olhar o paciente em sua singularidade, ter uma visão mais humanista e não só voltada para o biológico. Bjs 😘
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Eu assisti o filme e chorei de tantas emoções. Ainda mais se tratando de uma historia real. Não sou medica, pelo contrario, tenho crises com algumas reações involuntárias de meu corpo físico, e perda de memoria durante tal crise.
Há 1 mês, me despertou muita vontade de visitar asilos e lares infantis para levar um pouco de amizade a pessoas que sofrem certo abandono, e este filme so me fez reforçar mais ainda a certeza de uma pequena missão minha aqui no mundo. bjs
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Adorei sua mensagem Milena! Esse filme traz muita reflexão pra gente, também acredito que todos nós temos uma missão aqui, e uma vida sem significado torna muito vazia nossa existência no mundo. Acredito que cada um de nós temos um tempo para contruir nosso próprio significado e sentido de vida, e você já está a caminho disso. Boa sorte pra ti! Bjs!
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