Importante fator psicológico para ter uma boa qualidade de vida, a autoestima deve ser trabalhada, desde a primeira infância (do nascimento aos seis anos de vida) até a fase adulta. Existem pessoas que tentam esconder sua baixa autoestima, mas acredite, em algum momento, elas são desmascaradas, porque a autoestima é revelada através de diversas situações. Neste post, saberemos o que é a autoestima, como é desenvolvida, qual teste psicológico serve de avaliação, quais são os tipos, efeitos e principais diferenças entre autoestima alta, baixa e falsa.
O que é a autoestima?
A definição de autoestima é bastante complexa, pois envolve a valoração de crenças, percepção do mundo interno e externo, sendo fortemente influenciada pelo contexto social e cultural em que o sujeito está inserido.
Considerada um indicador essencial da saúde mental por interferir nas condições afetivas, sociais e psicológicas. A autoestima revela como as pessoas aceitam a si mesmas, valorizam o outro e projetam suas expectativas.
A autoestima também está relacionada ao quanto o sujeito está satisfeito ou insatisfeito com sua vida. Quando há satisfação, o sujeito se sente confiante e competente, ou seja, a autoestima transparece a autoaceitação ou não, e o quanto é sustentada, mesmo diante de alguma fase problemática que a vida impõe.
Logo, nossas respostas perante às diversas situações e eventos da vida, evidenciam nossa autoestima e nosso nível de capacidade para lidar com os desafios e obstáculos. Um indivíduo com uma autoestima alta possui resiliência e sabe defender seus interesses e necessidades, a afim de ser feliz.
A autoestima corresponde aos valores que o indivíduo atribui ao que sente e pensa sobre ele mesmo e não sobre o que o outro pensa e sente sobre ele. Avaliando seu comportamento como positivo ou negativo, a partir desses valores.
Como a autoestima dos filhos é formada?
A necessidade de autoestima é inerente a todo ser humano, seu processo inicia-se desde a infância percorrendo até a maturidade.
Os relacionamentos familiares são de extrema importância para a formação de um autoconceito positivo e bons sentimentos auto nutridos do sujeito, contribuindo para sua aceitação.
INFÂNCIA
Quando criança, a autoconfiança e o auto-respeito são desenvolvidos ou não nos filhos a partir de uma interação positiva fornecida pelos pais com demonstrações verdadeiras de respeito, amor, valorização e encorajamento dos filhos, favorecendo o crescimento saudável.
Adultos inseguros e com baixa autoestima provavelmente tiveram uma mãe superprotetora, que não incentivou a busca pela independência ou receberam muitas críticas, não acreditando em seu próprio potencial, ou seja, eles não se enxergam seguros e capacitados para realizar quaisquer atividades.
Filhos que sofrem punições, rejeições e são rigidamente criados, poderão ser carentes de afeto e sofrerem dificuldades nos relacionamentos sociais, por não se sentirem incluídos na família. Eles crescem sem acreditarem em si mesmos, vivem com a sensação constante de ameaça ao seu “eu”, necessitando de acompanhamento psicológico no futuro.
Filho que tem seu bom comportamento reforçado pela família, certamente será um adulto autoconfiante para realizar o que deseja. Porém, caso a família o elogie frequentemente e ache bonitinho tudo o que a criança faz, pode causar uma pressão psicológica no filho de que ele precisa ser perfeito, tornando-se inseguro pelo medo de falhar e não atingir as expectativas dos pais, criando uma necessidade futura de agradar a todos, ou então, o filho pode se tornar um adulto insensível e arrogante, desenvolvendo uma falsa autoestima. Em casos opostos, quando o filho não recebe nenhuma atenção e afeto durante a primeira infância, ele pode apresentar na adolescência comportamento delinquente e a “psicopatia insensível“ (incapacidade de se afeiçoar as outras pessoas).
ADOLESCÊNCIA
O ser humano tem a tendência de buscar pessoas semelhantes a ele, que compartilham suas crenças, valores e estilos de vida, assim ele elege ou não pessoas como modelos de comportamento, estabelecendo com elas uma identificação positiva ou negativa. Isso é evidente durante a adolescência na construção da identidade. Ocorrendo a identificação negativa com algumas pessoas, ele descarta o que não acredita, e com a identificação positiva, ele introjeta o que vai de acordo com seu pensamento e sentimento, determinando na vida adulta seus próprios valores.
Na adolescência também ocorrem as modificações físicas, emocionais e cognitivas que interferem na formação da autoestima. Nesse momento, o adolescente faz uma auto avaliação e sofre a avaliação vinda de fora que enaltece as diferenças entre os sujeitos e as rotula como boas ou más, adequadas ou inadequadas, produzindo processos de rejeição ou de aceitação entre os colegas de uma classe, por exemplo. Devido às avaliações negativas externas, o adolescente pode apresentar comportamento agressivo e de defesa ou afastar-se do meio e das pessoas, por sentir-se excluído na medida em que não percebe suas qualidades positivas.
Quando o adolescente é criticado frequentemente por suas atitudes desaprovadas, desencadeia a inibição pelo medo de se expor (comportamento de fuga e esquiva), desenvolvendo um complexo de inferioridade e tornando-se despreparado para a competitividade do mundo externo, produzindo sempre sentimentos negativos em relação a ele mesmo, quando é observado e julgado pelos grupos sociais a que pertence.
Durante o processo de amadurecimento e os acontecimentos da vida, é muito fácil nos distanciarmos de um autoconceito positivo ou nem formarmos um. Existem pessoas que não se enxergam com bons olhos, não se sentem felizes com elas mesmas em nenhum momento da vida, por causa do julgamento dos outros ou porque falharam com elas mesmas, não deram um basta nas avaliações negativas precipitadas e tiraram sua própria responsabilidade de jogo nesse processo.
Qual teste psicológico avalia a autoestima?
Utilizado até os dias de hoje, o Inventário de Autoestima de Coopersmith desenvolvido em 1967, foi inicialmente elaborado para medir autoestima em crianças, porém após sofrer várias adaptações, ele também foi aplicado em adultos. Composto de 58 itens, sendo 8 deles destinados à verificação do efeito de desejabilidade social, 26 itens para autoestima geral, e 8 itens para as categorias autoestima social, familiar e profissional.
Importante instrumento utilizado na prevenção de depressões, tratamento de pacientes com valvulopatias (doenças que atingem as válvulas cardíacas) e em jovens considerados em estado de risco devido à exacerbada baixa estima e comportamento delinquente, a Escala de Autoestima de Rosenberg (EAR) é um dos instrumentos mais usados pelos psicólogos para avaliar o autoconceito dos sujeitos, por ser pequena, rápida e confiável. Esse teste psicológico possui dez assertivas: cinco se referem à autoimagem ou ao autovalor positivo e cinco à autoimagem negativa ou autodepreciação. As alternativas de respostas são apresentadas no formato likert de quatro pontos, alterando entre “concordo totalmente” e “discordo totalmente”.
Existem outros instrumentos que não são específicos para avaliar a autoestima, porém são auxiliares para medi-lá, como: o Inventário de Depressão de Beck, WHOQOL 100 e sua versão abreviada WHOQOL-BREF. O Inventário de Depressão de Beck é constituído por 21 grupos de afirmações de múltipla escolha com o objetivo de avaliar episódios depressivos que interferem indiretamente na autoestima. Já os WHOQOL-100 e WHOQOL- BREF foram elaborados com base no conceito de qualidade de vida propagado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) “a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto de sua cultura e dos sistemas de valores em que vive e em relação as suas expectativas, seus padrões e suas preocupações”.
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Os tipos de autoestima e seus efeitos
A maneira como nos enxergamos influencia todas as nossas experiências de vida. O seu grau de autoestima determina como você age no trabalho, nos relacionamentos amorosos, que tipo de pai e mãe você é, e se conquistará progresso na vida. Nossas reações até mesmo as mais simples, nossos dramas, sucessos e fracassos, denunciam nosso nível de autoestima, como nos entendemos e conseguimos entender o outro.
Possuir autoestima alta é sentir-se adequado à vida, competente e merecedor. Pessoas com autoestima alta ao fazerem um julgamento de si, se valorizam e apresentam sentimentos de competência e autoconfiança. Já o sujeito que possui baixa autoestima, se sente desajustado, culpado e inseguro, não consegue viver a vida de forma plena. Aqueles que apresentam autoestima média, variam entre o bom e mal julgamento de si e manifestam essa inconsistência em seu comportamento, podendo ser estupidos ao reforçarem esse sentimento de incerteza sobre si mesmos.
Para mim, estar apaixonado ou amar são coisas muito difíceis porque, no fundo, não me sinto digno do amor.
Advogado
Por mais que me empenhe, há uma voz dentro de mim repetindo o tempo todo ‘Não é o bastante. Não sou boa o suciente’. Não há alegria no que realizo. Por estar sempre tentando provar meu valor, me sinto cada vez mais exausta.
Mãe de três filhos
De que adianta tentar conquistar alguma coisa? Parece que todos sabem algo que não sei e nunca serei capaz de saber. É como se eu não tivesse uma qualidade que o mundo inteiro tem.
Adolescente
AUTOESTIMA ALTA
Pessoas que se sentem bem em relação a si mesmas: passam menos noites sem dormir; cedem com menos facilidade a pressões para se conformar com aquilo que não estão de acordo; são menos propensas a usar drogas; mais persistentes diante de tarefas difíceis; tem a segurança necessária para buscar seus sonhos, assumindo riscos calculados; são menos tímidas e solitárias; são menos propensas a ver rejeição onde esta não existe, sendo, simplesmente, mais felizes.
A autoestima alta é refletida na imagem sólida e forte de suas capacidades. Além disso, aqueles que se aceitam, são mais preparados para assumirem papéis ativos em grupos sociais e expressarem suas visões/opiniões sem nenhuma vergonha. O sujeito com autoestima alta é menos preocupado por medos e ambivalências, ele se orienta para alcançar suas metas. A sua autoestima é o fator determinante para enfrentar e superar desafios e dificuldades da vida.
AUTOESTIMA BAIXA
Diferente da autoestima alta, os efeitos da autoestima baixa exigem custos. Infelicidade e desespero quase sempre coexistem em pessoas que não estão bem consigo mesmas. A autoestima baixa manifesta-se de diferentes formas, como a depressão pela falta de esperança e ansiedade, quando o sujeito tem a percepção de que não está à altura do que deveria ser. Além desses problemas, ainda existem: abuso de álcool e outras drogas, medo do sucesso, baixo rendimento na escola ou no trabalho, comportamento violento, disfunção sexual, imaturidade emocional, e até mesmo, o suicídio.
Pessoas que são negativas em relação a si mesmas também tendem a ser extremamente sensíveis à críticas e a gostarem de julgar, na verdade, elas são autocríticas. Alguns “amam ao próximo como a si mesmos”, outros detestam o próximo como a si mesmos. Se estar inseguro pode ser o mesmo que ser crítico, talvez você esteja querendo impressionar os outros com seu brilhantismo, esquecendo de dar conta do seu próprio potencial.
FALSA AUTOESTIMA
Como mencionei no início do post, autoestima é um conceito bastante complexo. Podemos ser amados pela família, namorado(a), amigos e ainda sim, não nos sentirmos amados e apenas preenchidos por um vazio crônico. Podemos ser admirados por muitos ao nosso redor e nos sentirmos como inúteis e não merecedores. Podemos transparecer segurança e equilíbrio, mas por dentro estarmos em completo caos.
Pessoas arrogantes e muito orgulhosas, que acham que estão acima dos outros, superestimam suas capacidades e desvalorizam todos ao seu redor (complexo de superioridade), elas enganam a própria autoestima. São incapazes de fazer uma autocrítica, não enxergam seus erros e nunca estão disponíveis para ouvir o próximo. Ninguém que diminui o outro, consegue ser superior aos demais, na verdade há muita insegurança. Uma das características mais saudáveis da autoestima, é o estado em que a pessoa se encontra, quando ela não está em guerra nem consigo e nem com os demais.
De todos os julgamentos possíveis, nenhum é tão importante quanto o que fazemos de nós mesmos. Aqueles que possuem autoestima saudável, serão os únicos que poderão viver uma vida satisfatória. Aceite a si mesmo e será mais fácil também aceitar os outros e a sua vida.
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