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Livro: A Grande Mãe, de Erich Neumann

Originalmente, a criação do livro de Erich Neumann surgiu da proposta do psicanalista Carl Jung e da espiritualista e teosofista holandesa, Olga Fröbe-Kapteyn, para tratar de um arquétipo muito especial, o do Grande Feminino, ou, mais especificamente, a “Grande Mãe”. A obra também contribuiu para o estabelecimento da Psicologia Profunda, cujo modelo ideal é o desenvolvimento do indivíduo até que ele atinja a totalidade psíquica, na qual o consciente esteja criativamente unido ao conteúdo do inconsciente. Somente através dessa integração total de um indivíduo é possível uma qualidade de vida melhor para a sociedade.

Erich Neumann

Erich Neumann (1905-1960) foi um psicanalista alemão e maior discípulo de Carl Jung. Ele se adiantou em relação a outros teóricos no que diz respeito ao conceito e importância da figura materna no processo de desenvolvimento humano, atribuindo maior destaque ao papel do feminino. O que repercutiu bastante numa época em que a figura paterna ocupava o centro de interesse dos psicanalistas freudianos, isto é, o foco estava no complexo de Édipo e na inveja do pênis.

LIVRO

Parte I

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MÃE BONDOSA, MÃE TERRÍVEL E A GRANDE MÃE

A Grande Mãe é considerada o arquétipo fundamental da psique humana (corresponde à dimensão do feminino) e se configura de três formas: a mãe bondosa, a mãe terrível e a combinação das duas, a Grande Mãe. A mãe bondosa apresenta os elementos positivos do feminino e masculino, a mãe terrível apenas possui os elementos negativos do feminino e masculino, já a Grande Mãe tem os elementos positivos e negativos de ambas mães e consiste no fruto de nossas experiências ancestrais (genitoras e matriarcas).

Características positivas da figura materna: a fertilidade, o acolhimento e a nutrição, pois a Grande Mãe é aquela que produz e sustenta a vida.

Características negativas da figura materna: o poder e a destruição, pois a Grande Mãe também é capaz de devorar e negligenciar a sua criação.

A Mãe Bondosa, a Mãe Terrível e a Grande Mãe formam um grupo arquetípico homogêneo.

Assim, na mitologia, a figura assustadora da Górgona, cuja cabeça é coberta por serpentes e o olhar petrificava a vítima, é uma projeção da Mãe Terrível, enquanto o mito de Sophia é a projeção da Mãe Bondosa, e a deusa Isis, que une em si os traços da Mãe Terrível e da Mãe Bondosa, corresponde, portanto, ao arquétipo da Grande Mãe.

Parte II

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A segunda parte do livro (mais acessível aos leigos), baseia-se na exposição do vasto material mitológico e estético para descrever a estrutura do arquétipo da “Grande Mãe” (Grande Feminino), as ilustrações são procedentes das mais diversas áreas da História da religião, da Arqueologia, dos estudos da Pré-história, da Etnologia, e assim por diante.

Os arquétipos do inconsciente coletivo se manifestam, como Carl Jung descobriu há muitos anos, nos “motivos mitológicos”, os quais podem se apresentar de forma análoga ou idêntica em todas as épocas e em todos os povos.

O arquétipo da Grande Mãe e seu efeito são observados ao longo de toda a história da humanidade. Existe em todas culturas o mito relacionado a uma mãe grandiosa, representada geralmente pela Mãe Terra. Uma pluralidade de figuras de “Grandes Mães”, as quais a humanidade transmitiu através dos hábitos, rituais, mitos, artes, religiões e das fábulas, aparecem sob a forma de deusas e fadas, demônios femininos e ninfas, e de entidades graciosas ou malévolas. Todas simbolizam um só Grande Desconhecido, a “Grande Mãe”.

O Vaso da Transformação só pode ser efetuado pela mulher, porque ela própria, em seu corpo que corresponde ao da Grande Deusa, é o caldeirão da encarnação, nascimento e renascimento.

Erich Neumann

Para Erich Neumann, as deusas femininas são anteriores ao surgimento dos deuses masculinos. E foi a mulher quem primeiro desenvolveu a “preparação e armazenamento de alimentos” e a “fermentação e manufatura de intoxicantes” como a coletora e posteriormente preparadora de ervas, plantas e frutas, ela foi a inventora e guardiã da primeira cura, poções, remédios e venenos. Para o discípulo de Carl Jung, o mundo matriarcal precede o mundo patriarcal, o sagrado feminino é a fonte de todo o poder espiritual e o patriarcado é usurpador desse poder baseado no medo da castração.
 
 
Toda mulher é, como todo ventre, o ventre primordial da Grande Mãe, onde tudo se origina, a barriga do inconsciente. Ela ameaça o ego com o perigo da autodestruição, da perda, em outras palavras, da morte e da castração.
 
Erich Neumann
 
Aconselho o livro de Erich Neumann, principalmente para aqueles que desejam se aprofundar neste assunto. A obra é quase uma enciclopédia sobre os arquétipos femininos, rica em ilustrações. A leitura da primeira parte é mais desafiadora e densa pra quem não está familiarizado com a linguagem da Psicologia Analítica, mas a segunda parte compensa o desafio e também pode ser lida separadamente da primeira.
 

Ficou com vontade de ler?

Encontre aqui A grande mãe: Um estudo histórico sobre os arquétipos, simbolismos e as manifestações femininas do inconsciente, de Erich Neumann. Clique abaixo para saber mais detalhes.

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