Livro: Mitologia, por Robert A. Segal

Sempre me interessei por Mitologia, lembro que, durante a faculdade de Psicologia, conhecendo o conceito de Narcisismo e complexo de Édipo em Psicanálise, logo percebi a importância dos mitos e escolhi estudar como matéria eletiva Mitologia, meu tema da apresentação de um trabalho foi sobre a deusa Ártemis. Já formada, me aprofundei um pouco mais na área quando fiz um curso de Mitologia e Filosofia Grega, mas confesso que, me sentia por vezes perdida em meio a tantos nomes e quem era filho, pai, mãe, amante, irmão de quem… Resolvi então comprar um livro, mais para relembrar e me localizar e encontrei este que estou apresentando hoje.

50 conceitos e mitos fundamentais explicados de forma clara e rápida

Parte de uma coleção da editora Publifolha, Mitologia, escrito por Robert A. Segal destaca os principais mitos clássicos e os contextualiza, com base em teorias de diversas áreas do conhecimento como: antropologia, sociologia, psicologia, ciência política, literatura, filosofia e teologia. A leitura é de fácil entendimento e acompanhada por ilustrações explicativas. Este volume é divido em sete categorias: “Criação”, “Olímpicos”, “Monstros”, “Geografia”, “Heróis”, “Figuras Trágicas” e “Legado”, além de revelar as origens dos deuses, heróis e monstros da Grécia e Roma antigas, o autor traz as biografias de poetas e dramaturgos como Homero, Ovídio, Virgílio e Sófocles.

Todos os assuntos são expostos em 50 tópicos bem resumidos num texto com a ideia principal e outro um pouco mais aprofundado, contendo por exemplo, o simbolismo que existe no mito ou explicando melhor a sua origem. Não existe uma definição única de “mito”. Cada uma das numerosas interpretações reflete as várias disciplinas que estudam o tema. Os principais personagens dos mitos podem ser deuses, heróis, que são humanos, e também animais, que às vezes se revelam os próprios criadores do mundo.

O que mais me atrai nos mitos é a possibilidade de interpretá-los simbolicamente, Zeus, por exemplo, pode simbolizar o trovão, um rei, o lado paternal da personalidade de alguém. Sigmund Freud e Carl Jung estudavam mitologia para entender melhor os fenômenos que fazem parte da sociedade e da mente dos indivíduos, para acessar o inconsciente, e expressar a condição humana. Desse modo, Freud utilizou o mito de Édipo com o intuito de designar o impulso masculino, e Jung escolheu a imagem de Electra para nomear o seu equivalente feminino. Muitas das conhecidas perturbações psicológicas foram inclusive definidas por nomes de figuras míticas. Você não acha interessante?

A maioria dos antigos gregos e romanos acreditavam literalmente em sua mitologia e até hoje, os mitos continuam sendo prestigiados, mesmo que ninguém mais considere Zeus ou Aquiles como reais. Neste livro são usados os nomes gregos dos deuses, mas não se preocupe, os nomes latinos ou romanos dos respectivos deuses também são informados. Como você já deve ter percebido, todas as informações fundamentais sobre mitologia estão muito bem sintetizadas nesta leitura.

Robert A. Segal disponibiliza o conhecimento não só de deuses e múltiplos mitos, mas também de monstros, locais e eventos míticos. A história do cosmos, por exemplo, começa com a criação dos deuses, que interferem continuamente, muitas vezes de maneira trágica, na vida dos humanos.

Em cada uma das sete categorias contidas no livro, há um glossário e outro detalhe bacana é que em cada mito há uma citação. Com esta leitura fica mais fácil memorizar os mitos e se localizar, através das belas imagens e dos textos resumidos.

Os mitos clássicos podem ser hoje encontrados em muitos lugares não só na literatura mas também nas artes, no cinema e na cultura popular. Versões modernas de relatos antigos invariavelmente tomam liberdade em relação as histórias originais, todavia o importante é que, mesmo atualizados, os mitos continuam a ser contados.

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