Esta preocupação com a saúde, excessiva em todos seus modos, alimentação, exercícios, higiene, exames de precaução, está muito além. O apodrecimento dos tecidos, células, órgãos, o corpo se desfazendo, nos deixando desamparados, sem nada que possamos fazer, fora do alcance, nas mãos de Deus, do universo, do acaso, é algo difícil de ser aceito em meio a tantos avanços na ciência, em meio ao ser humano que esquece que é humano, é frágil e suscetível a qualquer pequeno invisível na forma de vírus.
O medo de adoecer, não só pelas limitações que uma doença pode trazer, mas a morbidade, o sofrimento de estar mais próximo da noção de morte do que de vida, a retirada do prazer, a angústia e descontentamento, desespero por viver.
Não temos uma vida eterna, mesmo que queiramos. Todos temos medo de morrer, mesmo que alguns não aceitem. O desconhecido, a certeza de que não temos certeza de nada além da vida, tem grande potencial de destruição, de pavor de morrer.
A informação corre-corre, consigo traz sua inquietude que há tempos vem me aborrecendo. Em tempos de pandemia, o frenesi se instalou, o foco mudou, a perturbação chegou, o caos movimentou a quarentena, discussões sobre política, disputas de poder, quem está certo e errado, numa discussão que não morre, e ninguém quer morrer.
Todos temos medo de morrer, mesmo que não aceitamos… tanto o medo da morte quanto a própria morte…,
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