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Psicologia do Horror: Os Bons Efeitos de Assistir a Filmes de Terror

Você gosta de filmes de terror? Faltando poucos dias para o Halloween/Dia das Bruxas, irei esclarecer todos os bons efeitos que uma atmosfera assustadora nas grandes telas pode provocar em nós. Gênero do cinema que divide opiniões, você ama ou odeia e foge dos filmes de terror. Eu adoro esse tipo de filme e essa data! Preparado(a) para uma maratona de horror com direito à muita emoção e susto? Vamos então à explicação da psicologia do horror

Psicologia do Horror

Evitamos o medo, porque essa é uma emoção desagradável ligado ao nosso instinto e uma resposta primitiva de luta ou fuga a situações percebidas como ameaçadores e perigosas. Mas, qual seria o motivo que atrai pessoas ao gênero de horror? O filmes de terror utilizam técnicas psicológicas, eles são feitos considerando a psique humana, aproveitando-se do instinto, estimulando a excitação diante do perigo e desafiando nossos medos construídos culturalmente. Com a psicologia do horror que entenderemos o real prazer de assistir esse tipo de filme.

O ser humano é um ser vulnerável e instintivamente codificado, por isso ele reage de duas formas diante do medo, fugindo ou confrontando-se para sobreviver e assim, perpetuar sua espécie. Segundo a neurociência, nossa reação a objetos assustadores ocorre em funções cerebrais inferiores antes de chegar a funções cerebrais superiores, mostrando que esta é realmente uma resposta altamente visceral. Nossos medos mais fortes, são: a morte, o desconhecido e a solidão. E os filmes de terror mexem com isso, utilizando também estímulos incondicionados como ruídos altos, movimentos inesperados para gerar sustos e adrenalina.

Teoria do ambiente controlado e da exposição

Crescemos ouvindo que filmes de terror são ruins, fazem mal e estimulam a agressividade. Porém, em determinadas pessoas, um bom filme de terror pode esconder um verdadeiro poder catártico e facilitar a liberação de emoções reprimidas, auxiliando a lidar com seus medos, pois experimentam as emoções do personagem e o melhor… em um ambiente totalmente controlado, em segurança, inclusive, esse método de exposição ao medo é semelhante ao utilizado pela psicologia no tratamento de fobias. Sendo assim, os filmes de terror podem causar bons efeitos em algumas pessoas, quando elas se expõem voluntariamente àquilo que é assustador e aos gatilhos de ansiedade, tornando-as mais capazes de lidar com os fatores estressantes do mundo real.

Neurotransmissores e Hormônios

Quem gosta de assistir a filmes de terror pode alcançar a euforia, elevação do humor e relaxamento depois de suportar a experiência e sair dela sem traumas. Durante uma cena de horror, você força o seu sistema nervoso autônomo a ficar ligado, quando a situação assustadora acaba, o alívio produz uma grande quantidade de endorfina liberada no cérebro, o que causa a sensação de bem-estar e a procura por mais filmes de terror. Na verdade, o apreciador desse gênero do cinema gosta não é da sensação de medo, e sim o prazer que o filme produz depois de passar por um estresse momentâneo, seria como a ideia de compensar a dor, você se sente melhor quando a dor cessa.

Filmes de terror estimulam a produção de adrenalina. Diante de uma vida comum relativamente tranquila, as pessoas buscam por emoções fortes como esse tipo de filme para compensar a falta de excitação. Isso é um modo muito mais seguro de experimentar a adrenalina do que praticar esportes radicais que evolvem riscos ou jogos de azar que provocam a compulsão, por exemplo. Depois de colocar os nervos numa situação limite, acelerar o ritmo cardíaco e elevar a pressão arterial, a pessoa pode voltar do cinema com a energia renovada.

Personalidade e Instinto 

Seres humanos são seres complexos. Podemos buscar a felicidade, tranquilidade, sensação de conforto e ao mesmo tempo, gostarmos de nos expor ao risco, assistir cenas de horror ou até tortura no cinema. Na realidade, muitas pessoas gostam de sentir emoções desconfortáveis de vez em quando, pois ficam entediadas com a previsibilidade do cotidiano.

Portanto, aqueles que gostam de filmes de terror possuem uma personalidade com maior nível de excitação (sentimento geral de alerta ou de consciência), o que leva à busca por experiências mais intensas, por isso parecem gostar mais de sentir medo do que os outros. Quem possui esse tipo de personalidade pode praticar atividades que envolvem riscos ou apresentar uma curiosidade mórbida por histórias macabras.

Um fato curioso é que ao assistir uma cena violenta, sangrenta e de perseguição, podemos sentir não só o medo como também uma certa satisfação diante da luta pela sobrevivência. Essa sensação de prazer vem desde a época dos homens das cavernas e ainda existem em nós, apenas permanecem escondidas, pois os tempos mudaram, não é mesmo? Além disso, alguns experimentam o prazer da punição ao verem cenas de assassinatos no cinema, isso acontece quando existem personagens que possuem padrões de moralidade contrários aos espectadores, então quando esses personagens morrem brutalmente é como se eles merecem esse fim. Muitos não querem acreditar nesses fatos, pois não são aceitos em nossa sociedade atual, afinal somos seres civilizados.

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Todos os bons efeitos causados pelos filmes de terror dependem do tipo de personalidade do espectador, então nada de insistir em chamar o seu amigo quando você sabe que ele não curte cenas de horror. Nesse caso, se você insistir, os efeitos serão contrários, só despertará grande ansiedade nele, e é claro, não irá assistir mais filmes com você. Há pessoas que buscam ser instigadas por um filme, outras que apenas querem relaxar, e filmes de terror não são para todas as pessoas e nem para todos os momentos. Gostou do conteúdo? Não esqueça de curtir, comentar e compartilhar com seus amigos =^•^=

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12 comentários em “Psicologia do Horror: Os Bons Efeitos de Assistir a Filmes de Terror”

      1. Esse filme é tão bizarro e provoca tanto nervosismo que pode ser considerado terror kkk gostei bastante. O mais recente que vi foi a sequência dos filmes the conjuring, dá medo. Ouvi falar bem do lançamento Midsommar, mas ainda não vi.

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  1. Oi Cintia, tudo bem?
    Que post interessante, sério. Parabéns!
    Eu não me enquadro nas pessoas que curtem filmes de terror (sou muito medrosa, tenho até pesadelo), mas achei muito bacana entender como funciona o mecanismo cerebral que faz com que as pessoas se sintam estimuladas por esse tipo de produção.
    Beijos,

    Priih

    Curtido por 1 pessoa

    1. Muito Obrigada, Priih! Fico feliz que você gostou do conteúdo. Futuramente, farei um post com dicas de filmes de terror, gosto dos que dão muito medo, mas, também dos mais intrigantes com suspense, menos os violentos. Espero que algum da lista de conquiste ☺ Bjs

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  2. Sempre gostei do gênero terror, as primeiras lembranças que tenho é assistindo aos filmes do Brinquedo Assassino.
    Assim como dito no inicio de seu texto, é interessante como algo que nos assusta ao mesmo tempo nos diverte, até porque meu olhar para os filmes de terror na infância e adolescência era apenas diversão, me lembro de sempre alugar filmes de terror com meus amigos e assistir juntos, foi assim com O Chamado, Olhos Famintos, Vozes do Além, entre outros.
    Mas a poucos anos comecei a ver o terror de forma diferente, principalmente depois de assistir novamente O Sexto Sentido, e logo em seguida ter conhecido o cinema de terror asiático.
    Sabe, quando falamos de terror, popularmente nos vem a mente filmes que tem como objetivo assustar, e como você disse, algumas pessoas consideram o gênero ruim, mas será que o terror tem apenas a função de dar sustos? Até porque existem diversas maneiras de alguém sentir medo, as vezes o medo até está ligado a sentimentos bons.
    Com isso sempre estou procurando artigos sobre filmes de terror para ler, mas infelizmente aqui no Brasil existem pouco conteúdo falando mais profundamente sobre o gênero, o que existe são sites de análises, baseado no sistema de notas, um sistema que particularmente não faz sentido para mim, até porque notas são relativas.
    Gosto quando o texto se foca na mensagem que alguns filmes querem passar, analisando a narrativa, a mente dos personagens.
    Gostei do seu texto pois considero muito apropriado analisar o gênero terror a luz da psicologia.
    Gostaria que pudesse analisar futuramente outros filmes do gênero, pois também escrevo um pouco sobre esse tipo de filme, e você como sendo uma psicóloga, é legal pra mim saber como uma psicóloga pensa sobre o gênero.
    Gostei quando disse, “um bom filme de terror pode esconder um verdadeiro poder catártico e facilitar a liberação de emoções reprimidas, auxiliando a lidar com seus medos, pois experimentam as emoções do personagem”.
    Acho que isso se estende não só a questão da adrenalina, da pessoa exportar suas emoções na tensão do filme, ou no prazer de se colocar numa situação de risco, mas também como uma relação de empatia, do expectador se ver na história, na pele do personagem, e dessa forma o medo não está apenas na construção da narrativa, mas também no tipo de medo abordado pelo filme.
    Quando assisti Kairo (Pulse) 2001, Inner Senses (2002) e Hansel and Gretel (2007), não tive medo no sentido de levar sustos, mas esses filmes trabalharam em mim outros tipos de medos, algo mais interior, subjetivo.
    Acho que a empatia influência muito na experiência de um filme, seu histórico de vida faz efeito quando você vê um filme seja de terror ou não, e o medo não vai estar ligado ao gênero, mas sim ao tipo de sentimento abordado, pois o medo não é susto, sendo assim podemos ter medo ao ver um filme de drama. Alias, a relação de terror psicológico e drama é muito forte e quase não existem textos analisando isso. É como se ambos os gêneros trabalhassem os mesmo sentimentos, mas abordassem de maneira diferente, ambos exploram o trauma humano, só que um gênero na perspectiva assustadora que um trauma pode gerar em nós, e o outro numa ótica mais sentimental. Tem muita semelhança no tipo de trauma trabalhado no filme de drama Reine sobre Mim 2007 e A Tale of Two Sisters 2003, só que cada gênero o desenvolvendo de sua maneira.
    Sobre a empatia influenciar como vemos um filme de terror, por exemplo, um homem que nunca perdeu uma esposa e filhos, ou alguém que ama, quando assiste O Sexto Sentido, terá uma análise do personagem Malcom diferente daquele que já perdeu alguém que ama, e o terror nessa caso não está nos fantasmas do filme, mas no desespero ao se identificar com Malcom e entender sua dor, o vazio de nunca mais poder encontrar quem se ama.
    Nesse caso a empatia muda a visão de quem assisti ao filme, e sua experiência de terror pode ser diferente do outro.
    Li o comentário de um rapaz sobre o filme chamado Inner Senses 2002, em que ele diz que ao assistir ao filme pela primeira vez ele não gostou, pois achou a narrativa sem muita novidade.
    E ele relata que ao assistir novamente anos depois, após passar por uma experiência traumática em sua vida, ele diz que o filme ganhou um novo significado, ele entrou na história e conseguiu se colocar na pele dos personagens e entender seus medos e dores.
    Nesse caso a experiência de nossa vida muda nossa visão de como vemos algo, e o que não era assustador antes, agora se torna perturbador.
    Por isso análises com sistema de notas pra mim é falho, pois não é o filme que é ruim ou bom, e sim sua experiência que vai determinar sua relação com o filme, música, livro, etc.
    Já leu Retrato Oval de Allan Poe? Gosto do tipo de terror trabalhado nesse conto, um terror mais real, mais humano, que pode acontecer com qualquer pessoa, um medo interno e não externo.
    Gostei muito da sua análise sobre o terror, e gostaria muito que assistisse os filmes a seguir, seria legal saber sua opinião. Gostaria de conversar sobre alguns temas do terror com você.
    Cure 1997, Kairo (Pulse) 2001, A Tale of Two Sister 2003, Loft (Retribution) 2005, Hansel and Gretel 2007, são filmes asiáticos do subgênero psicológico que trabalham o terror interno, onde a ameaça e os medos são nossos próprios sentimentos.
    Você pode achar alguns deles no site Asia Mundi, caso não encontrar eu tenho eles.
    Irei ler seu artigo “O que É Musicoterapia?”, pois estou estudando atualmente justamente sobre o impacto da música no corpo humano.
    Ouça as músicas instrumentais de Siho Yakubi, em que ela classifica suas canções como “música de cura”. Muito interessante a visão dela sobre música, inclusive um de seus álbuns se chama “The Body is a Message of the Universe”, um título muito interessante.
    Mais uma vez parabéns pelo texto sobre a psicologia do horror, gostei bastante de ler.

    Curtido por 1 pessoa

    1. Lembro que, quando era criança adorava assistir a filmes de terror, inclusive pedia para o meu pai gravá-los em fita VHS quando passava muito tarde na tv. Realmente existem poucos conteúdos sobre o assunto, inclusive, tenho curiosidade em estudar melhor o efeito deles nas crianças, pois só tenho boas recordações, nunca me senti mal, exceto “O Sexto Sentido”, que até hoje adoro, mas na época foi uma mistura de medo e tristeza. Acho que esse filme marcou muita gente.

      Muito bem colocada a sua observação. Quem possui grande senso de empatia tem mais facilidade em se imaginar no lugar do personagem e nesse momento, o filme de terror teria então essa outra função benéfica.

      Quando o filme desperta algum medo e incômodo em determinada cena é algo que pode ser enfrentado através das telas e melhor investigado também. É mesmo… conheço pessoas que tem medo de ver filmes de drama, elas não aceitam sentir tristeza e somente assistem à comédias, por exemplo.

      Eu acho que filmes são como livros, tem momentos da sua vida que não farão muito sentido, você pode nem vai gostar por não se identificar devido à sua experiência ou pelo humor que está, mas aí resolve assistir a história novamente mais tarde e gosta tanto que, às vezes, vira até favorito, por isso as notas não devem ser tão relevantes na escolha do filme.

      Atualmente, gosto muito dos filmes de drama e guerra. E, de vez em quando, volto para os de terror. Confesso que conheço muito pouco o cinema asiático, mas vou procurar pelos filmes citados, pesquisei por eles já e achei bem interessantes. Vou colocar o conto de Allan Poe na minha lista de leituras. As músicas de Siho Yakubi parecem bem relaxantes, com certeza trazem bons efeitos na mente dos ouvintes.

      Fico contente com o reconhecimento do meu trabalho :) Muito obrigada! Seja bem-vindo ao blog!

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