Muito difícil conhecer uma pessoa que não gosta de bicho nenhum, não é mesmo? Pensando nisso, uma diferente forma de terapia foi criada há muitos anos, apesar de não ser tão bem reconhecida, a Zooterapia ou Terapia Assistida por Animais (TAA), estuda a interação do homem com os animais sob o posto de vista afetivo e educativo. Os animais funcionam como co-terapeutas, auxiliando os pacientes a atingirem os objetivos do tratamento para doenças tanto físicas como psíquicas.
Geralmente os animais mais usados na TAA, são: cães, gatos, cavalos, pássaros, coelhos, tartarugas e peixes. O ideal é que o bicho seja tranquilo, paciente e dócil, para que a pessoa possa se aproximar dele, abraçar e beijar, sem que o animal reaja ou se assuste. Muitas pessoas podem buscar esse tipo de terapia, menos aquelas que possuem alergia, problemas respiratórios e, é claro, algum tipo de medo ou fobia por bichos.
A TAA pode ser proposta para tratamento de:
- autismo
- ansiedade
- depressão
- paralisia cerebral
- esquizofrenia
- hiperatividade e déficit de atenção
- síndrome de Down
- doença de Alzheimer
- sequelas provenientes de acidente vascular cerebral (AVC)
- déficits de linguagem e aprendizado
Um Pouco de História…
Tudo começou na Bélgica no final do século 19, quando os médicos perceberam que pacientes com algum tipo de deficiência mental ficavam menos agressivos e socializavam mais, após o contato com algum animal. Outro fato curioso, aconteceu na Inglaterra nos anos 30, quando constataram que os idosos que levavam seus próprios pets (animais de estimação) para o asilo, além deles se socializarem mais, tinham um nível de independência maior do que os idosos que chegavam ali sozinhos. Em 1942 nos EUA, o benefício da Zooterapia foi visto também em pacientes com problemas físicos.
Em 1956, o fotógrafo Francis Miller da famosa revista LIFE fez um dos registros mais belos e históricos, mostrando o afeto entre pacientes pediátricos do hospital da Universidade de Michigan e animais co-terapeutas. O nome do artigo foi chamado de “Animals Make a Hospital Happy”. Selecionei algumas fotografias, a seguir:

Os animais tem o poder de descontrair qualquer ambiente e trazer conforto emocional, por isso que essa ciência vem sendo estudada e trazendo muitos resultados positivos. No Brasil, a pioneira nesse estudo foi a renomada psiquiatra, Nise da Silveira. Durante os anos 50, ela observou a mudança de comportamento de seus pacientes esquizofrênicos, após um deles passar a cuidar de uma cadelinha que entrou no hospital psiquiátrico, e também quando uma paciente retomou sua capacidade criativa de tocar piano, através do contato com os animais. Sendo assim, os bichos co-terapeutas serviriam como um ponto estável, permitindo aos pacientes, a possibilidade para se organizarem psiquicamente.
Infelizmente, ainda depois de tantos anos, são poucos os hospitais que autorizam a entrada do próprio pet do paciente. Os animais co-terapeutas visitam hospitais, casas de repouso, clínicas de reabilitação e qualquer outro local, onde a solidão, sofrimento ou estresse possa habitar. Importantes para enfrentar positivamente o tratamento e recuperação de doenças da mente e do corpo, a entrada deles é mais que bem-vinda e precisa ser melhor compreendida por aqueles que ainda não tem a perspectiva do poder de cura desses animais.
Cada animal é mais apropriado para um tipo de necessidade. Por exemplo:
Os cães são ótimos para pessoas com problemas cardíacos, pois diminui a pressão arterial e o nível dos hormônios liberados durante o estresse que causam danos à saúde.
Os cavalos têm o movimento do quadril igual ao do ser humano, desse modo, quando o paciente está em cima dele, exercita habilidades como locomoção e equilíbrio.
Os gatos são bons companheiros, principalmente para os idosos, afastando-os da solidão, estimulando a cognição, além de serem mais práticos em relação aos cuidados.
Já os peixes e as tartarugas são para os ansiosos e crianças com dificuldade de locomoção e concentração, aprender a admirar os passos lentos de uma tartaruga e olhar os peixes nadando dentro de um aquário pode desenvolver a habilidade de se concentrar ou relaxar quando se relaciona com um animal calmo.
Outros benefícios do contato com o pet:
- Melhora o sistema imunológico
- Ajuda a lidar com qualquer forma de luto
- Idosos que tem problemas de equilíbro e não fazem atividades físicas, são motivados a fazerem uma caminhada quando estão na companhia de um pet co-terapeuta.
- Resgata a autoestima, autoconfiança e reduz a inibição
- Ajuda no processo de aprendizagem como leitura, memorização e concentração. Existem programas que apesar de terem sido criticados, o efeito positivo foi comprovado, crianças passaram a ler em voz alta quando estavam na frente de um cachorro, pois não tinham a preocupação de serem censuradas e corrigidas.
- Melhora as capacidades motora, cognitiva e sensorial
- Nos autistas facilita a comunicação
Os animais são muito especiais, existem aqueles que nos aproximam pelo carisma ou até mesmo pela semelhança hehe. Não importa qual dos bichos é o mais bonito, grande ou pequeno, e sim aquele que vai te agradar, e vocês vão se dar bem logo de cara, que vai haver alguma característica identificada entre vocês e aquele que te olhar e ficar curioso por você, então esse é o seu animal.
Quem tem um bicho de estimação, sabe a sensação boa e acolhedora de chegar em casa e encontrar ele feliz e satisfeito, depois de esperar você voltar para casa. É mais ou menos essa sensação que a TAA ou Zooterapia proporciona ao paciente. A visita de um animal co-terapeuta faz despertar a confiança, carinho e motivação que muitos necessitam, através de um afeto verdadeiro que não espera nada em troca.
São apenas 15 a 30 minutos com seu animal de estimação para você dar gargalhadas e ele dar pulos de alegria, elevando seu nível de serotonina e consequentemente, seu bom humor, então aproveite seu tempo livre com ele. =)
Imagens – Pinterest e Google